Soluções de negócios lideram crescimento no setor de capitalização

Entre janeiro e setembro de 2017, as empresas de capitalização registraram uma receita de R$ 15,1 bilhões, montante ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período no ano passado, quando a receita global alcançou R$ 15,5 bilhões. "O resultado já sinaliza uma reação positiva do mercado diante da melhora no cenário econômico, influenciada, entre outros fatores, pela manutenção de inflação e juros baixos e pela queda na taxa de desemprego", diz Marco Antonio Barros, presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap).

Segundo ele, na análise da arrecadação, a modalidade Incentivo, uma das soluções de negócios com sorteios, voltada para pessoas jurídicas, se destacou no período.

Os títulos de capitalização - modalidade Incentivo registraram crescimento de 38,5% e R$ 1,6 bilhão em receitas. "A modalidade Incentivo atende de maneira efetiva a novas e crescentes demandas do mercado de promoções comerciais com sorteios, especialmente no segmento do varejo, que experimentou períodos de forte retração nas vendas e enxergou nessa solução uma forma de girar estoques e obter resultados rápidos. Dentro dessa modalidade, os sorteios da capitalização assumem funções distintas: uma de caráter promocional, outra de fidelização, quando usada como um benefício adicional acoplado a produtos como o seguro de vida, por exemplo", explica o presidente da FenaCap.

Os títulos de capitalização - modalidade Tradicional registraram um faturamento de R$ 12,6 bilhões. Dessa modalidade fazem parte o título para Garantia Locatícia, que substitui o fiador nas transações de aluguel comercial e residencial, que arrecadou R$ 958,2 milhões, o que corresponde a 7,55% do volume do tradicional.

Já a modalidade Popular, que permite ao consumidor adquirir um título de capitalização e participar de sorteios a partir de valores muito acessíveis, em torno de R$ 7, arrecadou R$ 828 milhões. Dentro dessa modalidade estão os títulos que dão ao cliente o direito de ceder o valor de resgate para instituições filantrópicas credenciadas, cujas normas de comercialização estão sendo revistas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep_, no âmbito do trabalho de construção do novo marco regulatório do setor.

No período, foram pagos R$ 829 milhões a clientes com títulos sorteados em todo o país. O valor registra uma pequena redução de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas continua expressivo: equivale à entrega de R$ 4,3 milhões em prêmios por dia útil.

O setor injetou na economia R$ 13,6 bilhões, valores relativos a resgates finais e antecipados realizados por clientes. Esse montante foi 8,23% menor se comparado aos nove meses de 2016, indicando que as pessoas começam a deixar suas economias guardadas por mais tempo, o que não se verificou em momentos mais críticos da economia, quando muitos lançaram mão de suas reservas para fazer frente a emergências financeiras, por exemplo. As reservas técnicas, constituídas pelos recursos dos clientes que estão com títulos ativos, somaram R$ 28,7 bilhões, registrando uma pequena redução de 2,8%. "Esses indicadores são bem positivos: houve redução de resgates antecipados e o volume de títulos ativos se manteve estável, com pequena retração, um reflexo do que ocorreu no primeiro semestre, quando o cenário de incertezas ainda predominava", avalia Marco Barros.

A Região Centro-Oeste foi a que apresentou desempenho mais positivo no período, com crescimento de 6,58% no faturamento, que atingiu R$ 1,182 bilhão. A Região também registrou o maior crescimento em relação a volume de prêmios entregues. Os clientes de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal receberam cerca de R$ 63,6 milhões em sorteios, um avanço de 28,99% em relação ao mesmo período do ano passado.

Fonte: Seg Notícias