Susep estuda trazer o seguro desemprego para a iniciativa privada

Tecnologia, crescimento, inclusão social e disrupção. É assim que a superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Solange Vieira, vê o futuro do mercado segurador. “Essa base vai nos dar um grande impulso. E é isso que o setor precisa buscar”, afirmou ela em sua palestra “Brasil - Já começa a dar certo”, realizada no primeiro dia da 9ª CONSEGURO, que acontece em Brasília, nos dias 4 e 5 de setembro. 

“Todos nós estamos correndo para nos adaptarmos. A Susep, como todo órgão do governo tem limitações, mas estamos avançando. A apólice eletrônica é a tônica”, disse.  A inclusão social, segundo ela, é uma meta, inclusive, que beneficia muito o governo. Segundo Solange, no Brasil, considerando o SUS, o INSS e o Seguro Desemprego, a participação do seguro público no seguro é maior que a do privado. “Temos de rever isso, trazendo para a iniciativa privada proteções como o seguro desemprego”.

Mas ela também afirmou que não adianta a Susep fazer a provocação e regulamentar, como foi feito em relação à circular que permite peças genuínas no conserto de automóveis para baratear o seguro, e o setor ficar temoroso de ofertar produtos. “O governo está disposto a encolher, mas, para isso, o setor tem de estar disposto a correr riscos. E isso vale também para o seguro de crédito à exportação, uma pauta importante do ministério da Economia”, acrescentou. 

Solange Vieira disse ter como lema a transparência. “Estamos trabalhando duro para isso. Queremos mais coberturas e concorrência, com qualidade no atendimento e novos produtos”, enfatizou. Desde que chegou à Susep, no início do ano, ela já assinou três decretos e criou quatro diretorias. “Estamos avançando, como mostra a última normativa, que aprova os seguros intermitentes. Ninguém tem dúvidas de que o setor é um dos principais investidores institucionais do pais, com reservas de mais de R$ 1 trilhão. Seguro é um instrumento importante. Se não funcionamos, o setor público se sobrecarrega”, ressalta.

Ainda buscando entender o funcionamento do mercado segurador do Brasil, comparando-o com o do resto do mundo, Solange disse ter duas certezas: há muito potencial para o setor crescer e é preciso trabalhar melhor a educação da população sobre risco.  No tema concorrência, a Susep tem buscado incentivar as seguradoras a elevar a qualidade dos serviços prestados e a redução dos preços praticados. Ela apresentou um estudo comparando o Brasil com outros países em relação às taxas de administração e de corretagem. “Estamos muito acima do que vemos no mundo e precisamos melhorar esses dois indicadores”.

Solange citou duas ações de transparência que visam melhorar a concorrência. A primeira foi a divulgação de um ranking de fundos previdenciários, com as respectivas taxas cobradas, que já está disponível no portal da autarquia. A outra refere-se às reclamações de clientes contra seguradoras, cuja norma a respeito deve ser publicada em 30 dias. 

Fonte: CNseg