Swiss Re constata perdas de US$ 116 bilhões por perdas catastróficas indenizadas pelo seguro

O estudo sigma da Swiss Re sobre catástrofes naturais e desastres causados pelo homem em 2011 revela US$ 116 bilhões em indenizações pagas para um total de prejuízos econômicos da ordem de US$ 370 bilhões. Ou seja, 32% dos danos tiveram recursos provenientes de apólices de seguros, seja para equilibrar a vida de uma família com a perda de responsáveis financeiros, de empresas com prejuízos na produção ou de governos detentores de apólices que os ajudam a socorrer a população atingida.
O maior volume de perdas foi com terremotos, no total de US$ 49 bilhões. A inundação na Tailândia causou o maior nível de sinistros já observado em um único evento desse tipo, atingindo US$ 12 bilhões. Veja o comunicado da Swiss Re sobre o estudo.

"O estudo sigma mais recente da Swiss Re revela que, em 2011, ocorreram perdas econômicas sem precedentes em decorrência de catástrofes naturais e desastres causados pelo homem, que totalizaram US$ 370 bilhões. Apesar do grande volume de sinistros decorrentes de terremotos e inundações, que totalizaram US$ 116 bilhões (aumento de 142% em relação ao ano anterior), o setor segurador atravessou bem o ano e desempenhou um papel vital na gestão de riscos e na recuperação financeira pós-desastre.

Maior nível de perdas econômicas já registrado.

Em 2011, o total de perdas (seguradas e não seguradas) para a sociedade em função de catástrofes atingiu um volume estimado em US$ 370 bilhões, em comparação com US$ 226 bilhões em 2010. O terremoto no Japão, o de maior magnitude a atingir a região, foi responsável por 57% das perdas econômicas observadas no ano. Os sinistros decorrentes de catástrofes naturais foram de cerca de US$ 110 bilhões, enquanto os ocasionados por desastres causados pelo homem ficaram próximos de US$ 6 bilhões, transformando 2011 no ano com o segundo maior volume da história em sinistros provocados por catástrofes para o setor segurador.

Kurt Karl, economista Chefe da Swiss Re, declarou: "No ano passado ocorreram eventos catastróficos e devastadores. Os terremotos no Japão, Nova Zelândia e Turquia, bem como as inundações na Austrália e na Tailândia, foram eventos sem precedentes que não apenas causaram grande destruição mas também ceifaram milhares de vidas.

Ainda assim, dois terços do atordoante volume de US$ 370 bilhões em perdas econômicas serão suportados por empresas, governos, organizações humanitárias e, em última análise, pelos contribuintes, apontando para a ainda generalizada insuficiência da proteção de seguros em todo o mundo."

Devido a sua elevada magnitude (Mw 9.0), o terremoto de 2011 no Japão custou ao setor segurador um total estimado em US$ 35 bilhões, o que o transforma no mais oneroso já registrado. "Como, no Japão, a proteção de seguro contra terremotos é bastante baixa, particularmente no caso dos imóveis comerciais, o setor segurador suportará apenas 17% do total de perdas. Se o Japão estivesse melhor segurado, 2011 seria certamente o ano mais custoso da história em termos de sinistros", afirma Lucia Bevere, analista Sênior de Dados sobre Catástrofes da Swiss Re e coautora do estudo.

Na Nova Zelândia, onde a penetração dos seguros contra terremotos é elevada, particularmente em propriedades residenciais, o terremoto de fevereiro (Mw 6,3) – o terceiro mais oneroso da história – levou a pedidos de indenização no total de US$ 12 bilhões, correspondentes a 80% das perdas econômicas.

As inundações na Austrália, maior desastre natural já ocorrido no país em volume de perdas, levaram a pedidos de indenização superiores a US$ 2 bilhões. Contudo, os sinistros de US$ 12 bilhões com a inundação na Tailândia são os maiores já registrados em um evento de transbordamento de rios. "As inundações podem ocasionar perdas tão grandes quanto os terremotos e tempestades. A inundação na Tailândia é um lembrete doloroso que, dado o elevado risco de inundações em vários países, outras partes do globo podem estar sujeitas a perdas similares ou até mesmo maiores", afirma Jens Mehlhorn, Diretor da Swiss Re para Riscos de Inundação e coautor do estudo.

Temporada branda de furacões limita os sinistros nos EUA Em acréscimo aos terremotos e inundações, uma temporada de tornados sem paralelos nos EUA ocasionou sinistros superiores a US$ 25 bilhões. "Apesar dos tornados excepcionais e do Furacão Irene, uma temporada de furacões relativamente moderada manteve o total de sinistros nos EUA abaixo do recorde de 2005, ano em que os furacões Katrina, Wilma e Rita contribuíram com a maior parcela do total mundial de US$ 123 bilhões em sinistros", acrescenta Bevere.

O setor segurador mostrou-se bastante eficiente ao enfrentar os eventos extremos de 2011. Apesar das perdas históricas e de uma conjuntura financeira desafiadora, o setor desempenhou um papel crucial no financiamento pós-desastre, levando os recursos tão necessários às populações, empresas e governos afetados. Entretanto, os eventos revelaram uma acumulação crescente de riscos, particularmente nos mercados emergentes. "Para dar apoio ao setor a partir de agora, a Swiss Re aprimorará seu sistema de informações CatNet®, incluindo mais detalhes sobre as zonas sujeitas a riscos de transbordamento de rios. A atualização, a ser divulgada na primavera de 2012 (hemisfério norte), permitirá aos subscritores e gestores de riscos avaliar com mais precisão os riscos de inundação em nível global", acrescentou Mehlhorn.


Fonte: Viver Seguro OnLine