Transformação Digital começa com as pessoas

“A transformação digital não é tecnológica, é muito mais de mentalidade das pessoas para assimilar a tecnologia”. Esta foi a definição de Cassio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisa da Gartner, no 12ª Insurance Service Meeting, em São Paulo. Seria interessante que as empresas já tivessem passado da fase de discutir este assunto e estivessem no plano das ações, mas a realidade é diferente.

A imagem do futuro da sociedade mostra que cada indivíduo está ligado aos seus domínios de interesse via tecnologia, seja para assuntos de entretenimento, família e amigos, pessoal, coisas, educação, saúde, comunidades e profissionais.

A transformação digital mostra que não devemos fazer mais do mesmo, como mostrou Dreyfuss. É uma outra coisa: a tecnologia para a educação, por exemplo, não é apenas utilizar um computador para apresentar os conteúdos. “Em um novo conceito, desaparece o de sala de aula física. Hoje, já conseguimos criar um roteiro de formação individual, customizado para cada pessoa do planeta, seguindo seu estilo de aprendizado, suas experiencias e capacidades”. Vale destacar que as pessoas vão buscar informações onde elas quiserem e o professor poderá ser o coach do processo de aprendizado, exercendo a parte nobre da sua profissão.

Trazendo a realidade para o mercado de seguros, vale ressaltar que ele vive de tecnologia e informação. “A transformação é como você busca a informação e a utiliza”, ensina o pesquisador.

Como ficou muito claro nos dois dias do evento, estamos saindo da era industrial para a era digital. A tecnologia tomou emprestados os conceitos da engenharia industrial, como os conceitos de métrica, processos etc. “Mas os ambientes não são mais estáveis e previsíveis. Estamos mudando a maneira como nos relacionamos e estamos encontrando novas maneiras de desenvolver o trabalho”.

No mundo digital, é preciso adotar novos modelos de trabalho, mais ágeis e flexíveis, com outras características, como: ninguém tem autoridade para dizer a forma como você deve fazer algumas coisas, os superiores devem dizer qual é a missão. Ao longo dela aparecem os desafios que devem ser transpostos.

“Vamos colocar as pessoas juntas e pedir que elas desenvolvam uma nova maneira de trabalho. Existe uma progressão: o primeiro passo é desenvolver confiança; o segundo é compartilhar o propósito do trabalho; engajar as pessoas; conseguir o comprometimento delas; desenvolver colaboração e premiar as iniciativas”, enumerou Dreyfuss.

É impossível criar métricas de desempenho. “As pessoas vão contribuir para o trabalho de acordo com as suas possibilidades. Há um capítulo novo a partir de métricas pelo resultado e cada um será avaliado pela sua contribuição individual para o grupo.

Fonte: Revista Apólice | Kelly Lubiato