Turistas devem ficar atentos a detalhes do seguro-viagem

As viagens programadas de férias levam as pessoas programarem roteiros, passeios e diversão. No entanto, no planejamento, pouco se pensa nos imprevistos, como doenças e acidentes. Apesar de ser contratado pela maioria dos turistas, principalmente nas viagens internacionais, o seguro-viagem recebe pouca atenção por parte do viajante, que acaba optando por pacotes mais básicos, sem observar, de fato, o valor da cobertura com despesas médicas, exames, medicamentos, cirurgias, o que pode transformar o sonho das férias em pesadelo.

Por isso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) faz o alerta: é importante verificar qual serviço mais se encaixa ao perfil do consumidor e observar quais riscos que não estão cobertos pelo seguro ou assistência-viagem em questão. “Pacotes básicos, os mais tradicionais, oferecidos por agências de turismo ou cartão de crédito, costumam cobrir um valor médio de US$ 25 mil, o que é muito pouco para os serviços médicos no exterior. Mesmo US$ 50 mil ainda são insuficientes. Nos Estados Unidos, uma única diária em hospital chega a custar US$ 14 mil”, destaca a técnica de Seguro de Vida e Previdência da Corretora Multiseg, Milene Alves Florentino.

Foi graças a essa preocupação que o corretor de seguros Sérgio Couto garantiu ao filho, Rodrigo, todo atendimento médico em La Paz, na Bolívia, por meio de um seguro-viagem no valor de R$ 400 por um período de 30 dias, mesmo a viagem sendo de 15 dias.

O jovem embarcou em um “mochilão” pelo país, onde praticou um roteiro de aventura, subindo de carro uma montanha de 4.000 metros de altitude para descer a trilha de bicicleta. “No fim da descida, Rodrigo sofreu uma queda e acabou quebrando o pulso. Na viagem, todos receberam um cartão da assistência com um número 0800, que auxiliou em todo o processo”, lembra o pai.

O rapaz foi levado para uma clínica de luxo no país, onde foi submetido a uma cirurgia, e o seguro cobriu todos os gastos, com exceção da prótese que precisou colocar no braço no valor de R$ 2.800. “Meu filho foi muito bem tratado e teve todo o amparo no processo, da cirurgia ao pós-operatório”, concluiu Couto.

Diferenças com a assistência

O consumidor que pretende viajar deve ficar atento quanto à diferença entre seguro-viagem e assistência-viagem. No seguro, o consumidor tem a garantia de pagamento por meio de uma seguradora. Já na assistência, o cliente é atendido por uma rede conveniada local, que presta os serviços ao viajante, conforme explicou o gerente comercial da empresa April, Celso Andrade.

“No fim do ano passado, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) estipulou uma portaria em que, agora, os cartões de assistência em viagem precisam ter por trás uma seguradora para garantir o pagamento da sinistralidade. As empresas têm até setembro deste ano para se adequar”, orienta o especialista.

Fonte: Revista Cobertura Mercado de Seguros | otempo.com.br