Uma em cada sete seguradoras na Europa não cumpre novas regras do setor

Uma em cada sete seguradoras europeias não cumpre ainda os rácios de solvência recomendados pelas novas regras europeias para o setor, conhecidas como "Solvência II" e que entram em vigor no início de 2016. Os "testes de stress" do supervisor europeu EIOPA revelaram, contudo, que esses 14% das empresas representam apenas 3% dos ativos totais das seguradoras europeias, pelo que o organismo considera que o setor está, "no geral, suficientemente capitalizado".

A European Insurance and Occupational Pensions Authority (EIOPA) revelou que aproximadamente uma em cada sete empresas do setor segurador europeu tem ainda trabalho a fazer para se preparar para a entrada das novas regras. Com base nos balanços das seguradoras a 31 de dezembro de 2013, 14% das instituições têm rácios inferiores ao recomendado. O exercício não identifica publicamente as empresas em causa, fazendo apenas um retrato geral.

O supervisor revelou, contudo, que quando aplicados alguns cenários adversos - taxas de juro baixas durante muito tempo e, por outro lado, uma inversão da tendência recente de redução das taxas de juro - o setor mostra alguma "vulnerabilidade", diz o organismo em comunicado. Num cenário de taxas de juro baixas durante um período prolongado, à semelhança do que acontece no Japão há várias décadas, "24% das seguradoras não cumpririam os rácios e algumas empresas teriam dificuldades em cumprir as suas obrigações dentro de 8 a 11 anos".

Já na sexta-feira o supervisor do setor em Portugal, o Instituto de Seguros de Portugal, revelara que um quinto das seguradoras a operar no mercado nacional não cumpre ainda as novas regras de solvência que vão entrar em vigor em 2016. Num teste realizado pelo próprio organismo, o ISP revelou que 19,5% das empresas analisadas (de um total de 42) não tem, nesta fase, o total de fundos próprios elegíveis para o critério conhecido como Requisito de Capital de Solvência (SCR). A insuficiência detetada corresponde a uma necessidade de reforçar esse indicador em 1.492 milhões de euros.

"Uma das principais conclusões do exercício é a necessidade de maior diversificação das carteiras de ativos de vários operadores", disse o ISP em documento divulgado na sexta-feira. O tipo de ativos em que as seguradoras aplicam a maior "fatia" dos seus recursos são os títulos de dívida, mais de 27 mil milhões dos 52,9 mil milhões de euros que correspondem aos recursos totais do setor.

Fonte: SindsegSP | Portal Segs