Capital Intelectual: Há quanto tempo o senhor atua no mercado de seguros?
Ralf Sachtleben: Atuo no mercado há 18 anos, desde 03 de maio de 1993.
Capital Intelectual: Como começou e porque ingressou neste mercado?
Ralf Sachtleben: Meu pai por muitos anos atuou no mercado numa inspetoria e depois filial da Brasil Seguros em Blumenau (atual Allianz). Isto me deu a oportunidade de proximidade com as pessoas da área já na minha infância. Também pude conhecer um pouco deste ambiente, inclusive acompanhando inspeções de risco e visitas comerciais, e mais tarde ajudando a fazer as plantas de inspeção de risco. Apesar de gostar deste mercado e das pessoas que conheci, não busquei colocação na área e iniciei faculdades de engenharia civil (passando a dar aulas de física) e mais tarde uma faculdade de agronomia na Udesc de Lages. Esta última que foi até então, meu objetivo para o futuro. Alguns finais de semana vinha para Blumenau e acabei conhecendo a Fabiola, minha atual esposa. As vindas para Blumenau passaram a ser todo final de semana, até que no meio de uma longa greve de professores da faculdade, decidi retornar em definitivo e voltei a lecionar, mas agora buscando um emprego em bancos e seguradoras, além de fazer concursos. A Paulista Seguros (atual Liberty), anunciou uma vaga de auxiliar de sinistro no jornal, eu me candidatei e fui escolhido. Então posso dizer que contribuíram para entrar neste mercado, meu pai, minha esposa (que não queria saber de viver em área rural no interior, que por incrível que pareça era minha intenção), a oportunidade que tive na Paulista de trabalhar com o senhor Antenor Vasselai e, posteriormente, na Hannover International (atual HDI), em oportunidade dada pelo senhor Paulo Lückmann num momento pessoal difícil que passei. São duas personalidades destaque de nosso mercado, com sistemas completamente diferentes de liderança e que representaram excelente aprendizado. Antecedendo a entrada na Hannover, não posso deixar de registrar o apoio de duas pessoas: Hermes Isleb e Adilson Glau, sócios da empresa Global Serviços Securitários e com quem trabalhei na Paulista e num período como sindicante - foram muito importantes para a experiência atual. E, finalmente, o Dr. Lodi Sodré que foi sempre um grande companheiro e merece todo meu respeito. Depois de 18 anos dedicados à área de seguros (últimos 12 na HDI), posso seguramente afirmar que tive a sorte de ter ao lado pessoas especiais que ensinaram e apoiaram.Neste meio fiz os melhores amigos e tenho alegria em atuar diariamente.
Capital Intelectual: Qual é a sua formação acadêmica?
Ralf Sachtleben: Bacharel em Direito pela Furb, e fazendo MBA em Gestão Empresarial pela FGV.
Capital Intelectual: Quais são, na opinião do senhor, os principais requisitos para se atuar no mercado segurador? Que aspecto é destaque para seguir nesta carreira?
Ralf Sachtleben: Imprescindível atuar com ética e transparência, buscar aprimoramento constante, manter um bom relacionamento com os parceiros do mercado. Considero essencial gostar muito do que faz, inovar, formar uma boa equipe, conquistá-la e contribuir no desenvolvimento dos colaboradores. Entender as necessidades de mudança do mercado e atuar na busca das melhores soluções.
Capital Intelectual: Fazendo uma análise no mercado de seguros, qual tema atual o senhor acha importante comentar e por quê?
Ralf Sachtleben: Com todas as possibilidades tecnológicas disponíveis atualmente, considero interessante o movimento de algumas empresas de se aproximar de seu cliente e corretor com um atendimento pessoal e qualificado para dar suporte e tranquilidade no momento de um sinistro. Depois da centralização da maioria das seguradoras, considero esta movimentação saudável para nosso mercado, gerando novas oportunidades além de ser excelente para os que necessitam utilizar o serviço. Vejo, em especial na empresa que trabalho, o forte investimento em treinamento com foco na excelência de atendimento e satisfação do cliente.
Capital Intelectual: Como o senhor classifica a atuação do SindsegSC no mercado segurador de Santa Catarina?
Ralf Sachtleben: Nos últimos anos, o SindsegSC tem desenvolvido importante papel para a instituição Seguro. Diversas ações realizadas tem gradativamente melhorado a imagem da instituição e aproximado a sociedade deste mundo antes estranho. As Comissões e os Grupos de Trabalho tem contribuído com discussões de temas importantes para o mercado e com excelentes palestras que se tornam não apenas oportunidade de desenvolvimento, mas oportunidades de integração entre os profissionais.
Capital Intelectual: O senhor participa da Comissão de Automóveis. Quais são os principais temas que considera relevante neste setor? Quais os desafios deste segmento?
Ralf Sachtleben: Na área de automóveis, observamos um crescimento considerável na frota, trânsito caótico, ruas e rodovias em mal estado, mal sinalizadas e com pouca fiscalização. Nos deparamos cada vez mais com motoristas estressados e que faltam com respeito ao volante, cometendo infrações impunemente e colocando vidas em risco. Enfrentamos uma situação de estrutura insuficiente de oficinas e concessionárias reparadoras qualificadas para a demanda atual e com um problema de falta de peças de reposição, o que tem representado aumento do tempo médio de reparação. As seguradoras tem reduzido custos que possibilitam uma concorrência saudável beneficiando o consumidor que obtém preços atrativos, mas nos deparamos com muitos parceiros prestadores (especialmente oficinas) que não investiram na busca de melhorias que possibilitassem esta mesma situação. Acredito que estas situações nos oferecem grandes desafios e possibilidade de trabalhar para uma melhora contínua.
Capital Intelectual: Em sua opinião, o que pode ser feito para aprimorar as atividades do setor de seguros em Santa Catarina?
Ralf Sachtleben: Buscar uma interação com todos os colaboradores das conveniadas (muitos desconhecem ou estão distantes), divulgação maior dos eventos, atividades e notícias do setor. Estudar ações mais constantes inclusive com órgãos públicos, para difundir a cultura do seguro.
Capital Intelectual: O senhor recorda alguma história pitoresca ou emocionante que vivenciou durante o tempo que trabalha neste mercado?
Ralf Sachtleben: Há menos de um mês, utilizei o serviço de leva e traz da concessionária onde fazia a revisão de meu veículo e, junto comigo, estavam mais duas pessoas que também haviam deixado seus veículos. Quando solicitei que motorista me levasse para a HDI Seguros, um dos senhores (ao saber que eu trabalhava na área de sinistros) de imediato comentou um acidente sofrido na semana anterior (veículo estava na concessionária para reparos), onde foi colidido por um veículo sem seguro de pessoa humilde que havia invadido via preferencial. Que sugeriram ao mesmo a inversão de responsabilidade e, com isso, sua seguradora faria o reparo dos dois veículos. Gostou da ideia e entendeu ser uma forma de não deixar aquela pessoa humilde sem veículo. Perguntou se tinha algum problema para a seguradora se fizesse isso, e se isso “não era errado”. Isso mostra que temos bastante para trabalhar na parte de conscientização a respeito da fraude, suas consequências no preço e formas de denunciar.
Capital Intelectual: Qual sua atividade favorita, quando não está atuando no mercado segurador?
Ralf Sachtleben: Viagens e passeios com a Fabíola e os filhos Ralf Nícolas (15 anos) e Sabrina (7 anos). E coisas simples e mais frequentes como sentar com eles para conversar em volta da churrasqueira especialmente nas sexta-feiras à noite. Pescaria.
Capital Intelectual: Há alguma história da sua infância ou adolescência que o senhor gostaria de compartilhar?
Ralf Sachtleben: Devia ter próximo de 12 anos e estava no escritório onde meu pai trabalhava, final da tarde já com o expediente terminado e funcionários tinham saído. Era comum na parte da tarde ficar no escritório e fazer alguns serviços a pedido de meu pai (hoje seria trabalho infantil). Meus irmãos chegavam do colégio próximo das 18 horas para então irmos todos para casa juntos. Próximo do horário de meus irmãos chegarem, me escondi atrás de um balcão com um saco de papel cheio de ar para estourar e, ao ouvir a porta se abrir e barulho de passos se aproximando do balcão, levantei soltando um berro e estourei o pacote. Intenção era um sustinho nos irmãos, mas era um cliente que logicamente não podia esperar aquilo e levou um susto tremendo, ficando sem fala e foi embora sem falar nada. Eu não conseguia sequer pedir desculpas, apavorado com o que tinha feito. Hoje em dia isso seria um fale conosco, SAC, ouvidoria ou reclame aqui, entre outros.
Fonte: Melz Comunicação | Assessoria de imprensa - SindsegSC