Capital Intelectual

Walter Roberto da Silva

Mapfre Seguros Blumenau

O profissional Walter Roberto da Silva é diretor do SindsegSC e gerente da filial de Blumenau da Mapfre Seguros.

Pós-graduado em Administração de Empresas, o profissional conta em sua entrevista sobre a sua carreira no mercado de seguros, sobre a divulgação da cultura do seguro para a sociedade e as principais qualidades que o profissional desse mercado deve possuir.

Walter também decorre sobre as mudanças mais esperadas para 2017, e considera a inovação como fator fundamental do segmento.

Confira na íntegra a entrevista desta personalidade que contribui todos os dias para o crescimento do mercado de seguros.

12/04/2017

1 – Qual foi o aspecto que te conquistou e o fez ingressar no mercado de seguros? Qual é a sua história dentro do segmento?

Entrei no mercado de seguros através de programa de estágio em 1999 na Bradesco Seguros, e após seis meses depois fui efetivado. Trabalhei ali até 2004 na área de emissão de automóvel, quando saí para a área comercial na Marítima, que havia desembarcado em Blumenau há pouco tempo. Na época, fiquei até 2006 na Marítima como Assistente Comercial. Posteriormente trabalhei em uma Assessoria de Seguros da Minas Brasil e fui designado pela diretoria para assumir a gerência da Sucursal Ponta Grossa (PR), que estavam nos planos da seguradora já em 2007. Nesta época quase entrei também para a Allianz. Em 2009 a Zurich assumiu o controle acionário da Minas Brasil e a Sucursal Ponta Grossa foi fechada. Assumi a área de subscrição da Zurich na parte de Automóveis individuais e Frotas para todo Sul do Brasil. Fiquei até o final de 2011 na Zurich, quando recebi o convite da Mutual Seguros, onde fiquei até novembro de 2015, até encerramento. Depois de um período afastado do mercado, em setembro de 2016 ingressei na Mapfre Seguros.

2 – Quais são as principais qualidades que alguém deve possuir para trabalhar nesse mercado?

São várias, mas destaco algumas: paciência, persistência e controle mental. O nosso mercado muda a todo instante, e cada vez numa velocidade maior. Temos hoje informações infinitas, e somos demandados a todo tempo. A capacidade de gerenciar estas informações e usa-las a favor do mercado são qualidades necessárias. Buscar estar sempre à frente, fazer diferente, ser criativo, e ter o dom de sempre bem informar, são fundamentos essenciais. Naturalmente estabelecer relações fortes é algo imprescindível, o profissional precisa estar focado na aproximação e relacionamento com os seus canais de distribuição.

3 - Qual é a sua formação? Como o senhor faz para se manter atualizado?

Sou pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV. Para me manter atualizado, procuro ler sobre as notícias e novidades do mercado nos portais de notícias referentes ao setor.

4 – Quais são as principais mudanças esperadas no mercado para o ano de 2017?

Sem dúvida a retomada do crescimento de forma mais consistente após um período de ajustes necessários. O mercado de seguros mostra ser mais forte do que a crise, seguimos em alta representando mais de 6% do PIB. Há muito a ser explorado em virtude de demandas ainda reprimidas. Creio que o mercado vem trabalhando constantemente em inovações tecnológicas e estudando cada vez mais o comportamento do consumidor. Este tema vem sendo discutido amplamente durante vários anos e muito se fala na criação de novos produtos para atender as necessidades do mercado, que é muito esperada e já vem acontecendo de forma consistente. A inovação será fundamental daqui para frente, o mercado anseia pelo novo, pelo diferente. Temos um novo perfil de cliente que é o cliente mais digital, muito mais exigente e que precisa ser amplamente cativado. Se adquirir o seguro poderá tornar-se mais fácil, utiliza-lo e simplificar processos também deverá ser alvo de amplo estudo. Teremos que acompanhar esta tendência.

5 – A tecnologia revoluciona diversos setores da economia, inclusive o mercado de seguros. Quais foram as principais mudanças desde que ingressou no mercado?

Tudo mudou drasticamente, e a tecnologia trouxe muitas novidades. O uso de aplicativos com várias informações a disposição dos clientes, propiciam hoje avisar um sinistro via App, enviar fotos do sinistro e ter o processo previamente iniciado, como também acionar um guincho que aponta sua localização exata pelo GPS do celular. Os smartphones, redes sociais, WhatsApp encurtaram espaços e hoje facilitam a vida do corretor e dos clientes. As informações transitam para todos os lados. Tudo se modifica do dia para noite muito rapidamente, os movimentos são constantes e muito mais rápidos para acompanhar as novas estratégias. Temos ferramentas diversas de cotações que oferecem economia de tempo para o corretor e também um alto ganho de produtividade. A tecnologia usada pelas companhias precisa estar em linha com o portfólio de produtos que ela oferece, e estar apta a atender com qualidade todas estas mudanças. Naturalmente isso exige grandes investimentos por parte de todo mercado, e é um grande desafio para todos nós.

6 – A essência do mercado de seguros é baseada no mutualismo, em que a colaboração de todos beneficia cada indivíduo segurado. Com sua experiência, como fazer para que conceitos da cultura do seguro sejam divulgados para a sociedade? Quais são os benefícios desse conhecimento?

O trabalho deve ser constante, desmitificando conceitos precipitados sobre nosso setor. O preço de um seguro é formado sob várias premissas, e isso ainda é muito pouco conhecido pela sociedade. Acho que se aprofundar nestes detalhes muito técnicos não é o caminho. Porém é importante conhecer alguns pontos, como por exemplo, o fundo denominado mutualismo, que nada mais é que uma forma de constituir capital para o pagamento das perdas dos segurados. Um dos temas que buscamos minimizar no nosso setor ano a ano é a quantidade de fraude no mercado. Este é um assunto que nos afeta muito, e o sindicato tem feito trabalhos importantes neste quesito, aproximando-se de escolas para tratar o conceito sobre seguros de forma mais simples e direta. Esta aproximação pautada na educação e no conhecimento pode trazer benefícios futuros, pois quanto mais indenizações pagas indevidamente, toda cadeia é afetada, e esses números acabam sendo incorporados nas estatísticas que servirão para formação do preço. O conhecimento mais amplo deste processo e os impactos que ele pode gerar são fundamentais para um melhor entendimento de que juntos podemos dar maiores condições a uma parte da população que tem dificuldade ainda de proteger seus bens.

7 – A preservação dos bens naturais e a preocupação com a sociedade são temas cada vez mais discutidos e estudados. Em Santa Catarina não é diferente, principalmente pelo estado ser uma região suscetível a desastres naturais. Quais são os maiores desafios do mercado de seguros em trabalhar com esse assunto?

Há muito que crescermos ainda neste sentido. Embora tenhamos avançado um pouco, algumas empresas no mercado tem se preocupado bastante com o assunto sustentabilidade. O desafio maior está ainda no aprimoramento da cultura do povo e das empresas em dar um maior enfoque neste tema, visando contribuir melhor para o bem estar do nosso planeta. O uso adequado de descarte de peças, sucatas, entre outros temas, em geral pode ser melhor tratado, e isso depende de um entendimento inteligente e de um conceito moderno de negócio, colocando esta preocupação acima de outros interesses. As novas gerações tem exigido cada vez mais neste sentido. Alguns clientes antes de adquirir algum produto tem questionado em redes sociais, por exemplo, como a empresa trabalha este tema, de que forma a empresa contribui para a sustentabilidade, e como é a sua politica de proteção ao meio ambiente, o que demonstra que é necessário atenção.

8 – Como integrante da diretoria do SindsegSC e membro da Comissão Técnica Automóveis, como o senhor avalia a atuação do Sindicato em Santa Catarina?

O sindicato tem um papel fundamental e é conduzido de forma muito profissional. As comissões e a participação das companhias associadas sempre realizam discussões positivas e oportunas. Observa-se também a descentralização com os Grupos de Trabalhos regionais, o que naturalmente contribui e muito. Isso tudo cria uma série de oportunidades e discussões entre a nossa classe para viabilizarmos de forma constante uma melhor aproximação com a sociedade e entidades esclarecendo melhor o que é o nosso negócio.

9 – Durante os anos de atuação os profissionais adquirem diversas experiências. Você se recorda de alguma história marcante ou engraçada que vivenciou?

Sim, uma vez em Ponta Grossa, fui a uma corretora abordar sobre o tema de seguro residencial. Após o treinamento imprimi algumas folhas na impressora da corretora para demonstrar informações nas cotações geradas. Neste dia ocasionalmente, o corretor não estava, porém no dia seguinte, ele queria saber quem tinha nos autorizado a usar suas folhas e sua tinta. Foi muito engraçado ter que justificar isto.

10 – A infância é um período muito importante que se carrega pelo resto da vida. Qual é a memória mais vívida ou ensinamento que o senhor possui desta época?

Tenho muita saudade da minha infância e da proximidade que eu tinha com a minha falecida avó. Ela foi um direcionamento importante na minha vida na ausência do meu pai. Sinto muitas saudades dela.

LIVRO: O Diário do Farol.

FILME/SÉRIE: Homens de Honra.

MÚSICA: Sweet Disposition – The Temper Trap.

ESPORTE: Corrida.

COMIDA FAVORITA: Eu como de tudo, não há nada que eu não aproveite.

MANIA: Correr com chuva ou com sol, no asfalto ou na praia, na montanha em qualquer lugar.

MEU LEMA..: Mais do que qualquer outro fator, é da persistência que o sucesso precisa para acontecer.

UM DIA PERFEITO: É com a minha família em casa.

SOU MUITO LEGAL QUANDO...: Quando estou entre bons amigos.

DIANTE DE NOVOS DESAFIOS EU...: Procuro estabelecer metas e me organizar.

QUANDO ESTOU PARADO NO TRÂNSITO EU...: Não fico muito feliz...

O QUE NÃO GOSTA DE OUVIR: Sertanejo universitário (risos)...