Capital Intelectual: Há quanto tempo está a frente da filial Marítima Seguros em Joinville?
Rubens Alexandre Prochnow: Desde abril do ano passado, quando o então Gerente Marcelo Damo (a quem agradeço pela oportunidade que me deu de ingressar na Marítima) aceitou o convite da Mapfre e se desligou da companhia. Dessa forma surgiu a vaga e eu fui promovido.
Capital Intelectual: Qual a sua formação acadêmica? Como você se atualiza profissionalmente?Rubens Alexandre Prochnow: Sou formado em Administração de Empresas pela Univille. Procuro sempre ler o maior número possível de artigos específicos da nossa área, bem como participar de eventos direcionados aos profissionais de seguros, sejam eles promovidos pelo SindsegSC ou não. Entendo que em toda e qualquer área de atuação o profissional deve estar atento as tendências e mudanças do mercado, e também é muito importante estar por dentro das novidades em relação ao que os seus concorrentes estão fazendo.
Capital Intelectual: É possível perceber nas estatísticas do setor como o mercado de seguros cresce no Brasil a cada ano. Para o senhor, qual a principal razão deste crescimento?
Rubens Alexandre Prochnow: Entendo que com a estabilidade econômica do Brasil uma nova classe de consumidores passou a ter condições de adquirir imóveis e bens de consumo duráveis. Em consequência disso essa mesma classe passou a ter a necessidade de proteger esses bens. Além disso, o aumento da criminalidade e do volume de veículos trafegando nas cidades e também as adversidades climáticas, tem feito as pessoas perceberem de forma mais nítida a importância do seguro.
Capital Intelectual: Como o senhor acha que o mercado deve interagir com o Governo para buscar o atendimento de suas demandas?
Rubens Alexandre Prochnow: Penso que na esfera governamental já há o entendimento da importância do Seguro tanto no aspecto social como no aspecto econômico. Uma vez que temos essa força, o que falta é cobrarmos do governo uma postura mais efetiva em relação ao combate a fraudes. Precisamos alinhar o entendimento quanto a gravidade dessa prática, acompanhar e exigir o cumprimento da lei, pois me parece que hoje ainda não se dá o tratamento adequado para esse tipo de crime.
Capital Intelectual: O mercado de seguros vem focando com relevância a maneira de tratar questões como a sustentabilidade e a relação com o consumidor. Como o senhor avalia estas tendências?
Rubens Alexandre Prochnow: A questão da sustentabilidade é primordial, no entanto entendo que o que pode efetivamente salvar o planeta é uma mudança drástica nos processos produtivos do setor secundário. Por outro lado isso não significa que somente as indústrias tem que rever seus conceitos. Na verdade cabe a cada um de nós fazer a sua parte, começando em casa pela tarefa mais simples que é separar o lixo reciclável. Quanto ao mercado segurador já é possível sim identificar algumas ações direcionadas. Nós mesmos (Marítima Seguros) alteramos recentemente nosso kit de apólice tornando-o mais simples, como deve ser, consumindo dessa forma muito menos papel que o kit anterior. Quanto a relação com o consumidor também é possível cada vez mais perceber a interação das companhias com o cliente final através de todo tipo de mídia, o que é de extrema importância para fixação da marca no contexto atual do nosso segmento, obviamente sem deixar de dar total atenção ao corretor, que continua sendo fundamental no nosso negócio.
Capital Intelectual: Para o senhor, qual o impacto da tecnologia no mercado de seguros? O setor está se adaptando bem a essa nova tendência?
Rubens Alexandre Prochnow: A tecnologia joga a nosso favor, porém cabe uma análise em relação ao mercado externo para identificarmos o que deu certo e o que não deu. Na Inglaterra, por exemplo, em menos de uma década ocorreu uma desfiguração dos canais de distribuição do ramo Automóvel, onde o mercado passou inclusive a contemplar amplamente a venda direta por seguradoras. Os corretores pequenos são os que mais sofrem nesse novo cenário, e a saída para estes é reforçar as vendas por relacionamento, indicações e também por intermédio das redes sociais.
Capital Intelectual: Como o senhor classifica a atuação do SindsegSC no mercado segurador em Santa Catarina?
Rubens Alexandre Prochnow: Muito atuante, sem dúvida. As ações voltadas aos profissionais da área são de extrema importância e sem dúvida agregam valor ao setor.
Capital Intelectual: Qual é o maior desafio, e quais os aspectos o senhor destaca em relação ao Grupo de Trabalho do SindsegSC a qual pertence?
Rubens Alexandre Prochnow: O maior desafio ainda é conseguir o envolvimento de um número maior de profissionais nas atividades do sindicato. Sabemos que algumas companhias orientam seus funcionários no sentido contrário e sem dúvida respeitamos esse posicionamento, contudo quanto mais pessoas estiverem envolvidas, mais forte é a entidade e mais benefícios teremos para o setor de um modo geral.
Capital Intelectual: O senhor recorda alguma história pitoresca ou emocionante que vivenciou durante o tempo em que trabalha nesse mercado?
Rubens Alexandre Prochnow: São muitas, principalmente do período em que trabalhei na AGF/Allianz. Havia um pessoal mais antigo de casa, todos excepcionais e com os quais eu aprendi muito e também dei boas risadas. Nunca vou esquecer do trote que o Mário (que hoje trabalha na Seven Group Corretora) passou na querida dona Norma (responsável pela limpeza da filial - já falecida), se fazendo passar por um funcionário do Baú da Felicidade e dizendo que ela tinha sido sorteada para participar do programa do Silvio Santos (rs). Ele levou a mentira até onde pode e quando revelou o trote a reação dela foi muito engraçada, ela pegou o chinelo e quis bater no safado (rs). Essa foi apenas uma de muitas situações hilárias, realmente foi uma época muito boa.
Capital Intelectual: Há alguma história da sua infância ou adolescência que o senhor gostaria de compartilhar?
Rubens Alexandre Prochnow: Eu nunca gostei muito de pescar, mas meu pai adora, e quando eu era garoto costumava acompanhá-lo nas pescarias de rio. Eu ia porque era o meu pai e eu gostava de estar com ele, mas sempre me dava mal, sendo picado por mosquitos e pescando muito menos peixes que ele. Jamais vou esquecer o dia em que eu estava abençoado (ou apenas tive sorte de pegar o lugar certo) e peguei um peixe atrás do outro. No final a contagem me favoreceu, e ver a satisfação do meu velho em relação ao meu feito é algo que jamais vou esquecer.
Capital Intelectual: Quando não está no trabalho, qual a sua atividade favorita?
Rubens Alexandre Prochnow: Adoro estar com a minha família (esposa e filho). Gostamos muito de passear e ir a restaurantes. Também gosto de estar com meus amigos e sou fã de cinema e esportes.
Capital Intelectual: O que mais o atrai neste mercado de seguros?
Rubens Alexandre Prochnow: Além das inúmeras oportunidades de crescimento profissional, é também o fato de saber que nem um dia é exatamente igual ao outro, você sai de casa e nunca sabe com que problema ou negócio irá se deparar, sem contar que está sempre em contato com pessoas diferentes, ou seja, não há uma rotina pré-estabelecida, você tem a sua agenda mas sabe que algo não programado pode acontecer.
Capital Intelectual: Deixe uma mensagem para nova geração de profissionais que estão iniciando a carreira no mercado de seguros.
Rubens Alexandre Prochnow: Investir em conhecimento e aprimoramento constante é muito importante, mas investir nos relacionamentos é fundamental.
Fonte: SindsegSC - Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização em Santa Catarina
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