CEM discute perspectivas econômicas, tendências e oportunidades de inovação em sua 1ª reunião do ano

A primeira reunião anual do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, ocorrida nesta quinta-feira (26/01), tratou do comportamento da economia em 2022, do que esperar em 2023, no primeiro ano do novo governo, e dos temas de interesse no campo da inovação do setor segurador.

Membros do CEM, os economistas Luiz Roberto Cunha e Pedro Simões reconheceram que economia apresentou crescimento maior do que o projetado no ano passado- mercado prevê alta de 3%- e a inflação teve um comportamento também melhor do que o projetado, desacelerando-se no decorrer do ano passado.

Para eles, estímulos fiscais significativos foram os responsáveis diretos por impulsionar o PIB a curto prazo, ao mesmo tempo que ampliaram entre os agentes de mercado a percepção de riscos fiscais, materializada na alta dos juros futuros.

A inflação medida pelo IPCA fechou o ano em 5,8%, após uma sequência de deflações apresentadas entre julho, agosto e setembro. Sem corte dos impostos sobre os combustíveis e energia elétrica, destacam os especialistas, a inflação teria alcançado 9% no ano passado.

Sobre 2023, os economistas destacam que dois fatores vão ditar o ritmo econômico neste ano. Um é o grau de desaceleração que alcançará a economia mundial. O outro, o cenário fiscal que vai prevalecer. Eles recordam que, no ano passado, a inflação e a alta das commodities melhoraram o desempenho fiscal do país. Mas existe uma trajetória de piora na receita fiscal desde os últimos meses.

Além do debate sobre mudanças nas metas de inflação e suas consequências no ritmo dos juros pelo Banco Central, o comportamento das economias dos Estados Unidos, da China e da União Europeia foi outro tópico avaliado. Na ocasião, foi lembrado que o Fundo Monetário Internacional(FMI) revisou para menos a expansão dessas economias, e um novo reporte é esperado ainda no primeiro trimestre do ano. Esse número é também uma métrica relevante para avaliar o comportamento da economia brasileira.

Outra etapa da reunião serviu para a economista Priscila Aguiar Da Silva relatar os trabalhos realizados no âmbito da Comissão de Inteligência de Mercado (CIM) da CNseg. Criada em 2017, a comissão reúne 80 membros, que se dedicam a produzir papers, debates e pesquisas de análises estratégicas, de tendências e de inovações do mercado segurador. Grupos de trabalho no âmbito da CIM estudam os diversos tópicos voltados para a inovação- tecnologias, públicos-alvo, dados, digitalização- e que apoiam as seguradoras associadas no desenvolvimento das suas estratégias de mercado. Como tendências e oportunidades, a CIM destaca quatro tópicos que vão concentrar a atenção dos participantes nesse ano. A saber: ações de fomento à cultura do seguro; a desmistificação do segurês, avaliando-se, por exemplo, o uso da linguagem iconográfica; o avanço do embedded insurance, e a experiência Phygital como mecanismo de ampliar o grau de satisfação dos clientes.

Fonte: CNseg