80% dos mortos em moto são amadores

Os motociclistas que mais morrem no trânsito da capital não são os motoboys, mas os condutores que, cada vez mais, compram moto para ir ao trabalho, à faculdade, à academia. Segundo a Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), falta à maioria vivência na pilotagem, além de uma formação de melhor qualidade.Estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mapeou 338 das 380 mortes de motociclistas ocorridas em 2006. E revelou que 65 mortos - 19,2% do total - eram motoboys. Os outros eram estudantes, ajudantes, vendedores etc. Os dados de 2007 ainda não foram fechados, mas se mantém a média de uma morte por dia e crescimento de 66% em cinco anos. Fazemos um alerta: quem compra a moto para usar como transporte geralmente não tem malícia com ela, ao contrário do motoboy, que faz curso, diz Lucas Pimentel, presidente da Abram. Comprar moto para fugir dos congestionamentos já é tendência irreversível.A frota de motos da capital saltou de 487 mil, em abril passado, para 600 mil, hoje, por causa de facilidades de pagamento. Esse é um precedente perigoso, diz o consultor Horácio Figueira. Pilotando moto, o risco de morte é dez vezes maior, em relação ao carro, segundo estudos internacionais. Levantamento dos acidentes de 2006, do Ministério da Saúde, detectou 18 mortes de motociclistas por dia no País. As motos de baixa potência estiveram envolvidas em 70% dos acidentes. Foram 6,8 mil mortes. (Clipp-Seg Online/O Estado de S. Paulo)