Qual é o perfil do investidor de previdência privada no Brasil?

Quem são e o que buscam as pessoas que optam por um plano de previdência?Proteção? Renda complementar? Recursos para a educação dos filhos? Na avaliação do líder de investimentos da Mercer, consultoria especializadaem Recursos Humanos, investimentos e soluções em administração deprevidência privada, Lauro Araújo, grande parte dos brasileiros queaderiram aos planos de previdência complementar pertence à classe média epossui bom nível de escolaridade. "Os brasileiros passaram a acreditar que a aposentadoria pública nãoserá suficiente para garantir uma boa qualidade de vida no futuro, porisso, começaram a investir em previdência privada.São profissionais liberais que, às vezes, não contam com a Previdência Socialou pessoas que passam a investir com o intuito de abatimento no Imposto deRenda", ressalta Araújo. Perfis Para o professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,Atuariais e Financeiras), José Cechin, além dos profissionais liberais edas pessoas com melhor poder aquisitivo, há também casais que acabaram deter um filho e querem fazer esse investimento visando garantir o futuro dacriança. "Hoje, vários casais começam a investir em previdência quando seusfilhos ainda são pequenos. Assim, depois de 15, 20 anos, fazem o resgate doplano para pagar a universidade dos filhos". Planocorporativo Quando o assunto é previdência complementar fechada, geralmente integram osplanos os trabalhadores de estatais. "Geralmente possuem um plano de previdência corporativo osfuncionários de empresas estatais ou de companhias que foram privatizadas,além dos funcionários pertencentes ao conjunto de empresas de grande porte,com salários elevados", afirma Cechin. PGBL x VGBL De acordo com Araújo, os planos de previdência favoritos dos brasileirossão os VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Nesta opção, o imposto, nomomento de resgate, incide apenas sobre os rendimentos obtidos e não sobreo valor total acumulado, como acontece no PGBL (Plano Gerador de BenefícioLivre). Outrofator relevante é o perfil conservador dos brasileiros que investem emprevidência. "Operfil conservador do brasileiro em previdência privada se justifica pelo comportamentodo mercado. A renda fixa oferece um rendimento bastante vantajoso para oinvestidor, então, por que ele irá arriscar em renda variável"?,ressalta o professor Cechin. Expectativas Na análise de Araújo, aprevidência aberta irá continuar a crescer, devido aofato de que o Brasil é um país jovem e que tem aumentado a qualidade devida nos últimos anos. Porém,na opinião dele, se a crise financeira se agravar e o Brasil entrar em umcenário de recessão, esse impacto também afetará os planos de previdência. "Emmomentos de dificuldades econômicas, diminui a quantidade de dinheiro.Logo, poderá ocorrer uma diminuição no volume das contribuições para a previdência privada.Entretanto, a tendência é que nos planos de previdência fechada isso nãoocorra, pois grande parte das empresas investem neste recurso para retertalentos. Por isso, a tendência será manter o mesmo plano de previdênciaconfiando que a crise é passageira", afirma Cechin. Atrativos Segundo Cechin, um fator que poderia atrair mais adeptos à previdênciacomplementar é o esclarecimento quanto à blindagem das reservas. "Obanco é apenas o gestor do plano de previdência. Se ele falir, asaplicações em previdência não devem fazer parte da massa falida. É precisouma norma que estabeleça isso com absoluta certeza, assim, os planos deprevidência se tornarão mais atrativos", diz Cechin. Já Araújo acredita que falta aos planos de previdência um tratamentotributário mais adequado. "Osplanos de previdência deveriam ser 100% abatidos no imposto de renda",finaliza. Fonte: INFOMONEY