FUNDACIÓN MAPFRE comprova que uso de óculos ao dirigir pode evitar lesões causadas nos acionamentos dos airbags

Após dois anos de trabalho, pesquisa demonstra a vulnerabilidade do globo ocular nos choques contra dispositivos de airbags. O relatório recomenda o uso de óculos com armação fechada, vidros orgânicos e manter uma distância média de 45 centímetros do volante. A FUNDACIÓN MAPFRE, por meio de seu Instituto de Segurança Viária, na Espanha, realizou um estudo inédito sobre as lesões oculares e orbitárias provocadas pelo disparo do airbag em colisões de baixa velocidade e que envolvam condutores usuários de óculos. Pioneira, a pesquisa tem como objetivo analisar os possíveis riscos e benefícios ocasionados pelo uso de óculos no momento do disparo do airbag e de seu choque contra a face do motorista. Ficou demonstrado que o uso combinado do airbag e do cinto de segurança reduz o risco de morte em mais de 50%. Porém, o estudo demonstra que, em alguns casos, o disparo do airbag pode provocar lesões. Isso acontece, principalmente, porque os condutores mantêm uma distância inadequada em relação ao volante: 26% se situam a menos de 42,5 centímetros (distância olhos/centro de volante), quando o correto, como média, são 45 centímetros. No caso de pessoas que usam óculos, a possibilidade de sofrer uma lesão ocular em um acidente de trânsito é duas vezes maior, já que alguns modelos de óculos podem representar perigo em uma colisão. Para checar esse comportamento, a FUNDACIÓN MAPFRE realizou testes com diferentes vidros e armações. Os resultados mostram que, quando os óculos não se quebram, eles atuam como um agente protetor para os olhos, ainda que esse efeito seja 15% inferior no caso de óculos com armação no ar. Por outro lado, as lentes de contato semirrígidas mostram que podem suportar, sem se quebrar, uma força cinco vezes maior do que os óculos convencionais. Os resultados dos choques indicam que, inclusive num golpe em baixa velocidade (20 km/h) e onde o airbag não seja ativado, o pescoço sofre uma flexão brusca que provoca o desaparecimento dos óculos. Isso traz como consequencia o impacto direto da cabeça contra o volante e a possível fratura orbitária ou nasal. Em choques a 30 km/h com óculos tradicionais (de armação fechada), em que ocorre o disparo do airbag, eles permanecem no rosto e na maioria dos casos não se quebram, causando um potencial efeito protetor.Após essas provas, o relatório recomenda não usar vidros minerais para conduzir (representam 30% das vendas no atacado) porque podem estilhaçar; usar óculos com armação fechada; solicitar assessoria sobre a solidez da armação e a resistência dos vidros; manter uma distância adequada em relação ao volante (uma média de 45 centímetros) mesmo que entrem passageiros atrás do condutor. Os pacientes operados de catarata, glaucoma ou cirurgia refrativa devem estar conscientes do risco de poder sofrer lesões oculares graves no caso de colisão e, em conseqüência, escolher óculos com maior capacidade de proteção. Os fabricantes, por outro lado, devem comprovar que seus óculos têm um mínimo de rigidez diante de um choque de certa magnitude e as autoescolas devem enfatizar a necessidade de respeitar a distância do tronco ao volante para, em caso de acidente, permitir uma atuação correta dos mecanismos de retenção. Para a diretora da Fundación MAPFRE no Brasil, Fátima Lima, “com a popularização do airbag e sua obrigatoriedade de produção a partir de 2014, informações dessa natureza devem chegar aos motoristas brasileiros para que eles possam maximizar o uso do equipamento, já que este, aliado ao cinto de segurança, pode reduzir o número de mortes em até 50% no caso de acidentes potencialmente fatais”, diz.Fonte: Revista Cobertura