Trânsito mata e deixa sequelas em mais pessoas ano a ano

 O mantra por ações para ampliar a segurança no trânsito voltou a ser repetido por executivos da Seguradora Líder Dpvat na divulgação, nesta terça-feira (26), dos números de indenizações pagas por morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares no ano passado. “Morrem quase 200 por dia no trânsito, e o que é pior ou igualmente triste é que também o número de pessoas que se tornam invalidas é cada vez maior”, lamentou o presidente da Líder, Ricardo Xavier.

Sem um trabalho de conscientização e educação no trânsito, sobretudo dos donos de motos, o Brasil continuará a ter uma população crescente de sequelados, com predomínio de pessoas entre 18 e 34 anos, e, mantido este ritmo de afastamento de pessoas do mercado de trabalho na sua fase mais produtiva nos próximos anos, haverá crescente pressão nos custos da Saúde pública e, no futuro, da Previdência Social, destacou Dirceu Rodrigues Alves, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Pelos dados da seguradora, os desembolsos pagos a vítimas ou beneficiários de acidentes de trânsito avançaram 39% em 2012, para 507.915, comparando-se ao total do ano imediatamente anterior. Tal taxa superou até a de aumento da frota, de 7,9%, para 74,4 milhões de veículos, mostrando que o Brasil, signatário da “Década de Ação de Segurança no Trânsito”, programa da ONU que visa reduzir o número de mortes e feridos, está perdendo esta corrida por falta de iniciativas mais efetivas.

Em 2012, a receita bruta do consórcio Data alcançou R$ 7,1 bilhões, aumento de 6,5% sobre 2011, já que mais de 53 milhões de proprietários efetuaram o pagamento, alta de 7,2% na comparação anual. Do total da receita, o governo federal recebeu a metade (R$ 3,572 bilhões), para prestar atendimento às vítimas de acidente (via SUS, para quem foram repassados R$ 3,2 bilhões) e desenvolver campanhas educativas (R$ 357,2 milhões para o Denatran). Já a Seguradora Líder ficou com R$ 3,5 bilhões e devolveu R$ 2,845 bilhões às vítimas e/ou beneficiários de acidentes de trânsito.

Nona causa de mortes no mundo, os acidentes no Brasil continuam matar muito ou a deixar parte de sua população economicamente ativa com graves sequelas físicas. O número de indenizações por mortes avançou 5% em 2012, totalizando 60.752 casos, e ainda pior foram os desembolsos por invalidez permanente, que saltaram 47%, atingindo impressionantes 352.495 vítimas.

Na avaliação da Seguradora Líder, o aumento acentuado das indenizações pagas é impulsionado principalmente pelo crescimento de pedidos de invalidez permanente, além de um maior conhecimento da população sobre o acesso ao benefício. “A quantidade de pessoas que recebem a indenização por invalidez permanente aumentou principalmente devido ao alto número de motociclistas que estão muito mais expostos aos impactos de um acidente. Também temos realizado uma série de campanhas educativas para a população brasileira sobre o direito ao Seguro DPVAT. A seguradora expandiu os locais de atendimento para a vítima dar entrada no pedido de indenização com a parceria com os Correios”, afirma Ricardo Xavier.

O curioso é que, embora represente representem 27% da frota nacional de veículos, as motocicletas foram responsáveis por 69% das indenizações pagas pelo seguro no ano passado. Nestes casos, 72% das vítimas são os próprios motociclistas. Os automóveis, que respondem por 60% da frota nacional de veículos, foram os responsáveis por 25% das indenizações pagas em 2012. Para os acidentes indenizados ocasionados por automóveis, 52% das vítimas foram pedestres. De todas as indenizações pagas em 2012, 58% dos beneficiários foram os motoristas.

O perfil das vítimas que receberam indenização permaneceu estável. A grande maioria é composta por homens de idades entre 18 e 34 anos, representando 40,97% Os homens representaram 77% das indenizações pagas. A maior incidência das vítimas de ambos os sexos foram os motoristas, totalizando 58% sendo 45% destes, do sexo masculino.

Mapa das tragédias. O Nordeste foi a região com maior quantidade de indenizações do seguro- 29%, quando comparado com as outras regiões. A liderança se deve aos acidentes com motocicletas, que totalizaram 65% dos pagamentos. A região Sul vem logo a seguir com 28%.

Quando analisadas apenas as indenizações de morte, o Sudeste continua em primeiro lugar. A região representa 38% dos benefícios pagos, sendo São Paulo o estado com o maior percentual: 19% das indenizações por morte no Brasil foram entregues aos beneficiários legais das vítimas.

Fonte: CNseg