Precificação dos riscos climáticos é um desafio para setor, diz Carlos Trindade

A precificação correta dos riscos decorrentes das mudanças climáticas (incêndio, secas, alagamentos, vendavais, deslizamento, etc) é o principal desafio para as seguradoras ampliarem a oferta de produtos dessa linha. A afirmação é do vice-presidente da FenSeg e da SulAmérica, Carlos Alberto Trindade, participante da solenidade de abertura do seminário “Mudanças climáticas e desastres naturais no Brasil: desafios e oportunidades para o setor de seguros”, evento realizado nesta quinta-feira (26) pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Associação de Genebra- com apoio da CNseg-, no Rio de Janeiro.

Ele lembrou que as mudanças climáticas, na verdade, já ocorrem há milhares de anos, mas agora convivem com um grau de frequência e intensidade maiores em virtude da ação humana, o que amplia as incertezas e a convicção de que todo o mundo será afetado, sobretudo a indústria de seguros.
Nesse sentido, ele parabenizou as entidades (ABC e Associação de Genebra) pela realização de um evento único, destacando que este fato contribui para o mercado de seguros dispor de um conteúdo mais denso, algo importante para a política de subscrição.

“No que diz respeito a seguros, o ponto central é a precificação correta dos riscos. E os modelos matemáticos para fixação dos prêmios evoluem e incorporam novas variáveis. Essa modelagem que incorpora informações novas e qualitativas, avaliando seus impactos nos sinistros, já é uma realidade nos seguros de saúde e de automóvel, já que as seguradoras procuram identificar e mapear o quanto aquele determinado vetor de comportamento influencia a sinistralidade. Mas, no caso das mudanças climáticas e dos desastres naturais, ainda estamos aprendendo e distante de ter um modelo matemático para precificar os riscos corretamente”, lembrou ele.

Na sua avaliação, o seguro precificado erradamente é um desastre para a seguradora e pode leva-la à falência. Então as companhias precisam ter mesmo cautela e, no caso das mudanças climáticas, o mercado vai aprender e avançar aos poucos na modelagem de preços, incorporando dados e análises, como os apresentados durante o encontro desta quinta-feira.

Fonte: CNseg