Furacões causam maioria das perdas causadas pela natureza

Estudo sobre os riscos de furacões da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), que no Brasil é o braço de resseguros do grupo alemão Allianz, revela que 40% das apólices contra desastres naturais estão relacionadas a vendavais. Em todo o mundo, ventos mais fortes podem facilmente causar perdas físicas e interrupção de negócios para empresas, como indica uma análise de mais de 11 mil sinistros de grandes negócios no mundo todo (acima de 100 mil euros). Os Estados Unidos lideram com maior perda, contribuindo com cerca de metade (49%) dos sinistros analisados, seguido pela Europa (19%), Ásia (6%) e América Central (3%). 
 
Recém-lançado, o boletim, intitulado 'Furacão Katrina 10: Gerenciamento de Catástrofes e Panorama de Riscos de Vendavais', para marcar os 10 anos do Katrina, analisa os riscos e perdas causados por vendavais e examina as lições aprendidas com o furacão que arrasou Nova Orleans (EUA) para a proteção contra futuras perdas por tufões decorrentes da crescente instabilidade climática. Presidente da AGCS, Chris Fischer Hirs conta que o Katrina será sempre lembrado como um desastre natural extraordinário que, não só afetou milhões de indivíduos e negócios, mas também deixou um impacto permanente na indústria de seguros globais.
 
A indústria naval está altamente exposta a tais perdas, totalizando 60% dos sinistros analisados pelo estudo contra vendavais. A destruição de embarcações de alto valor, navios comerciais e de carga, pode aumentar de maneira significativa a tabela de perdas. "Sinistros também podem ocorrer através da entrada de água nos navios, danificando a carga", ensina o diretor Global de Consultoria em Riscos Marítimos da AGCS, capitão Rahul Khanna.
 
Lições
 
A maioria dos danos causados pelo Katrina atingiu o revestimento dos prédios, comprometendo a cobertura dos telhados, paredes e janelas. "Se os códigos de construção fossem seguidos à risca, o dano causado pelo vento teria sido bastante reduzido", conta o gerente de Consultoria em Riscos de Engenharia para Riscos de Alta Proteção da empresa, James Crews. "Mão de obra desqualificada e a falta de conhecimento foram as principais causas", emenda. 
 
Segundo o estudo, a importância da continuidade de um negócio após uma catástrofe, a discriminação exata do que está coberto pela política de seguros antes de uma tempestade e o impacto inesperado de um aumento de demanda são outras das principais lições aprendidas. Gerente técnico da AGCS para as Américas, Andrew Higgins diz que, hoje, a Costa do Golfo está mais preparada para enfrentar os efeitos de um furacão devido, entre outros fatores, a protocolos de construção mais exigentes.
 
Não é conclusivo, mas maioria dos cientistas acreditam que a intensidade das tempestades vai mudar, devido a mudanças climáticas. O estudo da empresa mostra que a média de sinistros pagos pelas seguradoras em casos de eventos climáticos extremos, incluindo tempestades entre 1980 e 1989, foi de US$ 15 bilhões ao ano. Entre 2010 e 2013, essa média aumentou para US$ 70 bilhões por ano.

Fonte: Revista Cobertura Mercado de Seguros | Jornal do Commercio