Seguro de vida em grupo poderá mudar com a reforma trabalhista

Mudanças deverão acontecer no seguro de vida em grupo com a reforma trabalhista. Foi esse um dos assuntos do workshop realizado pelo CVG-SP, dia 22, com alguns gestores de seguros de pessoas.

Uma das mudanças é a melhora das condições contratuais com a reforma trabalhista. “Especialmente o vida em grupo terá que mudar paradigmas, não conseguiremos trabalhar do mesmo jeito que atuamos há anos. É um desafio, mas também uma oportunidade de oferecer um seguro complementar. Hoje recebemos poucos dados dos clientes do vida em grupo, pois é tudo com o RH da empresa. Teremos que rever isso com a forma de trabalhar”, avalia Cristina Vieira, gerente de produtos de vida e previdência na Porto Seguro.

A diretora de produtos vida da Icatu Seguros, Luciana Bastos, concorda que terá que ser diferente. “Qual será o papel do sindicato do novo cenário, qual o valor que ele agregará? Sendo que as pessoas cada vez mais estão trabalhando por propósito. Temos que verificar a maneira de contratação, pois há a relação contratual que está dentro do ecossistema que vivemos. É vital ter a mente aberta para o que já está aí, pois as relações de trabalho estão mudando e cada vez mais rápido”.

Segundo Marcelo Rosseti, superintendente executivo da Bradesco Vida e Previdência, pensando sobre a linha que Luciana citou, esse é um assunto interminável. Para ele, o papel das seguradoras será formalizar isso. “As modificações vêm no sentido de aumentar os volumes de emprego e normatizar isso, principalmente em relação a terceiros”.

“Teremos que aprender com a experiência, para formalizar pessoas que trabalham de diversas formas, que não serão mais CLT. Com a nova lei, o mercado se abre e a probabilidade de ter mais de um emprego, ‘freelas’ já é realidade”, comenta Tiago Moraes, gerente de produtos de pessoas da Tokio Marine.

Conscientização com a reforma trabalhista

Mas como conscientizar a população sobre o seguro de vida individual? “Reforçando a questão do propósito, do cuidado. Das quase 20 coberturas, um quarto é para morte o restante é para vida. Ou seja, é algo que pode utilizar em invalidez, incapacidade temporária etc. Temos que trabalhar o seguro de vida individual, mostrando que é algo que ele pode usar. O propósito principal é proteger pessoas”, responde Cristina.

Para Luciana, diante da Lei trabalhista, os gestores de produtos precisam pensar em simplificar, com termos simples com o cliente, porque a compra fica com mais confiança. “E esse é o desafio, simplificar e pensar nas preocupações que de fato o cliente tem. Cabe às seguradoras investir, por exemplo, na simplificação das condições gerais. Ter transparência e simplicidade no processo e divulgação”.

Para o gerente de produtos de pessoas da Tokio Marine, o trabalho de conscientização da população começa ao ouvir mais as pessoas e ajudar os corretores de seguros a fazerem isso. “E tem a tecnologia para ajudar na divulgação e conscientização. Às vezes as pessoas que perderam emprego, eram a única fonte financeira e ficaram a mercê do que iria acontecer. E por isso deve se conscientizar a importância do seguro de vida”.

Ele completa: “Há também uma quebra de paradigmas, pois até aqui ofertamos os produtos e agora é oferecer soluções personalizadas e para isso é preciso conhecer mais os clientes e as seguradoras devem ajudar o corretor a conhecer melhor o cliente e estar no patamar de consultoria, para mostrar os termos de proteção”.

Fonte: Revista Cobertura Mercado de Seguros