Reunião da CIM: web 3.0 promete revolucionar as transações financeiras

“Atualmente, caminhamos para um modelo de internet denominada de web 3.0, que utiliza um conjunto de novas ferramentas, tecnologias e serviços para gerar um ambiente cada vez mais descentralizado, aberto, interativo e focado no usuário”, afirmou Thamilla Talarico, da consultoria Ernest&Young, convidada a falar sobre o tema na reunião de 28 de setembro da Comissão de Inteligência de Mercado (CIM) da CNseg.

Segundo Thamilla, nessa web 3.0, a tecnologia blockchain, já muito utilizada para transações com criptomoedas, terá um papel muito importante, principalmente em relação a transações financeiras, em geral, segurança corporativa e governança. O blockchain servirá também para a descentralização dos dados em circulação na internet, pois, ao invés de estes ficarem armazenados em uns poucos servidores, de umas poucas organizações, ficarão registrados em todas as máquinas envolvidas na rede, de forma dissociada.

Outro conceito importante de ser compreendido é o de tokenização, que é o processo de representação e fragmentação de um ativo, contrato ou direito em frações digitais para que possam ser facilmente negociáveis.

Por fim, temos os smartcontracts, ou contratos inteligentes, que são regras de negócio autoexecutáveis por meio de algoritmos, que podem ser muito úteis no universo do seguro. Assim, por exemplo, em uma apólice de seguro viagem, caso o vôo do segurado atrase mais de duas horas, o sistema identifica automaticamente esse atraso e já faz a liberação da indenização sem a necessidade de intervenção humana e sem que o segurado precise acionar a seguradora.

E com todo esse novo ecossistema, a expectativa é de que também surjam novas formas de financiamento e acesso a investimentos, além de uma maior eficiência, agilidade, redução de custos transacionais, rastreabilidade, transparência e segurança nas transações.

Em função de todas essas novidades, o Banco Central do Brasil também está se movimentando e lançando o seu CBDC (sigla para Central Bank Digital Currency), que são criptomoedas denominadas de stablecoins que, diferentemente das criptomoedas tradicionais, como o bitcoin, possuem lastro fora do mundo digital e, consequentemente, estão menos sujeitas a grandes oscilações de valores. O Real Digital, como o BACEN denominou sua stablecoin, será voltado para a liquidação de serviços financeiros, prometendo também melhorar a dinâmica de relacionamento entre prestadores de serviços, reguladores e consumidores.

Outra expectativa é que o lançamento do Real Digital contribua para a inclusão financeira devido a essa redução dos custos de transação, liquidez dos ativos e simplificação do acesso a recursos.

Pesquisa da CIM identifica o funcionamento das áreas de Inteligência de Mercado das seguradoras

O tema seguinte da pauta da reunião foi a apresentação feita pela coordenadora da CIM, Priscila Aguiar, sobre o resultado preliminar da pesquisa de benchmarking nas áreas de Inteligência de Mercado das seguradoras participantes da Comissão.

Der acordo com as primeiras respostas dos representantes das empresas participantes da pesquisa, que representam 31% de market share do setor, em 75% dos casos, a área responsável pela análise de dados de mercado está vinculada a uma diretoria técnica, de marketing, tecnológica ou de transformação e finanças da empresa, tendo, em média, seis funcionários.

Entre as principais entregas e desafios dessas áreas estão o monitoramento dos movimentos de mercado e dos indicadores de performance, análises de market share e mapeamento de oportunidades, entre outros.

A pesquisa também identificou que 62,5% das seguradoras utilizam serviços de consultoria frequentemente ou ocasionalmente para a realização de pesquisas qualitativas e quantitativas, para o monitoramento do mercado ou para consultorias, em geral.

A pesquisa continuará disponível para as demais empresas da Comissão responderem e, assim, ser possível identificar o atual cenário das áreas de Inteligência de Mercado do setor de seguros.

Fonte: CNseg