Implante de silicone pode retardar diagnóstico de câncer de mama

Uma revisão de estudos publicada no “British Medical Journal” sugere que mulheres com próteses de silicone têm 26% mais chance de receber diagnóstico de câncer de mama em estágio mais avançado do que as que não têm os implantes.

Os cientistas, liderados por Eric Lavigne, epidemiologista da Universidade Laval, no Canadá, analisaram trabalhos feitos a partir de 1993 comparando os diagnósticos de câncer de mama em mulheres com e sem próteses.

O mesmo estudo também indica que as mulheres com silicone nos seios podem ter um risco maior de morrer por câncer de mama, mas os próprios pesquisadores destacam o fato de que os trabalhos usados nessa revisão não são totalmente adequados para se chegar a essa conclusão.

Dos cinco trabalhos que avaliaram a mortalidade e foram incluídos na revisão de estudos, três não ajustaram os resultados por idade no momento do diagnóstico –fator que desvia as conclusões– e nenhum corrigiu os dados para compensar as diferenças de índice de massa corporal das mulheres, mais um item que poderia influenciar os resultados.

Segundo os autores, são necessárias novas pesquisas para avaliar esse risco.
Entre os estudos que analisaram o estágio de diagnóstico do câncer de mama, também há incertezas metodológicas.

Os pesquisadores especulam que, por um lado, a presença das próteses pode dificultar a visualização do tecido mamário em exames de imagem. Mas, por outro, os tumores de tamanhos similares podem ser mais facilmente notados por apalpação nas que têm o silicone do que nas que não têm.
Mesmo assim, eles destacam que o conjunto das evidências aponta para um risco possivelmente maior de diagnóstico tardio entre as mulheres operadas.
 

Fonte: Portal RFCC de Blumenau