De Boston a Florianópolis: o segredo das cidades inovadoras
Mais de oito mil quilômetros de distância separam Boston, no Nordeste dos Estados Unidos, de Florianópolis, lá no Sul do Brasil. No entanto, as duas cidades têm muito o que ensinar. Enquanto a americana já foi eleita duas vezes a mais inovadora do mundo, a brasileira ficou em primeiro lugar em um ranking da Endeavor Brasil que classificou o quanto 14 capitais eram propícias a gerar novos negócios.
Os exemplos de Boston e Florianópolis foram apresentados, ontem, no seminário Cidades Inovadoras do Fórum Agenda Bahia, promovido pelo CORREIO e pela rádio CBN, no auditório da Federação das Indústrias do Estado (Fieb).
Para começar, não existe fórmula mágica. Pelo contrário - há muito trabalho que não começou agora. No caso de Boston, segundo o vice-cônsul dos Estados Unidos, Jay Carreiro, já são 19 anos recebendo prêmios pela inovação.

Sergio Costa, diretor do CORREIO, Juliano Seabra, Manuel de Mendonça, Guilherme Bernard, Andreia Mendonça e Jay Carrero: debate sobre Cidades Inovadoras na Fieb (Foto: Evandro Veiga)
“Boston é uma cidade de médio porte, mas existe muita coisa acontecendo lá”. Só para dar uma ideia, 7% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade é destinado a pesquisa e desenvolvimento. São mais de 80 universidades na Grande Boston, incluindo Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Nessas instituições, o empreendedorismo atinge um patamar extraordinário: só no MIT, alunos e ex-alunos já fundaram 25 mil empresas. Além disso, Boston construiu um distrito de inovação.
“É uma propriedade de mil acres (cerca de 4 km²) onde a comunidade de inovação se encontra. É o resultado de uma parceria público-privada que tem a ver com a ideia de atrair pessoas para Boston. As pessoas querem ir para lá, querem trabalhar lá. Isso junta mentes criativas e isso cria condições para a inovação”.
Vocação
Jay Carreiro ainda disse que as cidades devem identificar no que são boas e, a partir daí, atrair investimento. Se o projeto de Florianópolis não tivesse começado há 30 anos, daria até para dizer que os moradores da capital de Santa Catarina escutaram o conselho.
“Não tínhamos uma economia muito definida, além do funcionalismo público e do turismo. Era uma região pobre, sem perspectiva de trabalho”, contou o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acafe), Guilherme Bernard, que é investidor de startups.
Foi quando a cidade começou a criar programas de desenvolvimento - alguns em parceria com universidades e com entidades governamentais. Apenas o governo estadual investiu R$ 50 milhões nesse tipo de iniciativa, ao longo dos anos.
“Tivemos mudança no perfil econômico e cultural e há continuidade mesmo com alternância do poder executivo”. Segundo o presidente da Endeavor Brasil, Juliano Seabra, houve um investimento em parques tecnológicos a ponto de Florianópolis ter o que há de mais perto de ser considerado o Vale do Silício brasileiro - o original fica na Califórnia. “Hoje, o que acontece em Florianópolis, que é o desenvolvimento dos polos industriais da ilha, é uma coisa fervente. A quantidade de empresas de tecnologia que estão crescendo ou procurando ir para lá tem atraído um fundo do capital de risco bastante interessante”, analisou.
Fonte: Correio
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