Economizar, Poupar e Investir

Parecem óbvias as diferenças entre economizar, poupar e investir. Mas não são tão simples assim. Muita gente confunde e não tira bom proveito por conta disso. Há muito tempo defendo que em educação financeira o foco deve ser mais na educação do que nas finanças. Isso inclui a busca de informações e esclarecimentos que contribuam para a simplificação e a melhoria de ações que ajudem a otimizar os resultados. Inclusive o entendimento de cada fator, produto e serviço.

Não é apenas questão de semântica. No contexto da educação financeira, compreender bem as diferenças entre essas ações e os resultados que produzem em nossas finanças pessoais é fundamental para que as posturas e atitudes sejam mais objetivas e produtivas.
De maneira simplificada, fazer economia significa gastar menos do que o esperado, otimizar gastos, obter descontos, aproveitar promoções e oportunidades, fazer substituição de produtos, valer-se de convênios, adiar ou evitar o consumo, negociar preços, enfim, desembolsar menos para obter benefícios estabelecidos em patamares de preços superiores. Economizar é gastar menos em alguma situação, independente de fazer ou não acúmulo de recursos. Não é o mesmo que poupar ou investir. Há quem faz economia, mas não faz poupança. Economiza de um lado e gasta ou até desperdiça em outros. Não terá como investir.

Poupar é deixar de gastar parte da renda ou do dinheiro disponível tendo como objetivo ou consequência o acúmulo de recursos. Mesmo sem fazer economia, é possível poupar, ainda que não seja racional. Mas se a soma dos gastos for menor do que os ganhos no período, o resultado é formação de poupança. De maneira simples, poupar é gastar menos do que se ganha. Não é o mesmo que economizar ou investir. Uma boa estratégia para aumentar o potencial de poupança é fazer economia. Mas, apenas poupar não garante a preservação ou o aumento do poder aquisitivo.
Investir é alocar recursos, assumindo riscos, para obter rendimentos, ganhos adicionais. De maneira geral, não existe investimento livre de riscos. Nem rendimento sem investimento. Estão intrinsecamente relacionados, mas de maneira alguma se pode assegurar que quanto maiores os riscos, maiores os rendimentos. Pode-se, sim, garantir que as chances são maiores, seja de ganhar ou de perder mais. O importante, na hora de investir, é estar consciente das regras, do nível de riscos, das condições.

É preciso preparar-se para investir. O começo pode ser fazendo economia. Logo a seguir fazendo poupança. Mas isso é apenas um ponto de partida. E em toda caminhada, sabemos, o importante é o primeiro passo e a direção certa. Apesar dos riscos de qualquer investimento, muito mais arriscado é não investir. Aliás, não investir não tem risco. Tem-se a certeza de que haverá perdas, desde a do poder aquisitivo até a perda de perspectivas. Mas isso é o lado menos interessante da moeda.

O bom de fazer investimentos é que geralmente estão associados a objetivos, sonhos, desejos. Quanto mais intensos e claros forem, mais motivação para a busca dos melhores meios para atingi-los. Mas quando se trata de investimentos financeiros, não pode faltar o básico: dinheiro, claro. Tempo, oportunidades, taxas interessantes e estratégia são importantes também. Mas não foi à toa que o ditado dinheiro chama dinheiro ganhou popularidade e credibilidade.

E como obter dinheiro para investir? Fazendo economia e poupança. Mas e como fazer o dinheiro economizado e poupado crescer? Investindo.
Não está conseguindo fazer economia? Mude seus hábitos. Não está conseguindo fazer poupança e acumular recursos? Busque outros caminhos, outros produtos. Busque motivações. Depois de economizar e poupar, rumo ao terceiro passo: invista e faça seu dinheiro render boa qualidade de vida. 

Fonte: CNseg