Experiência do México em Seguros Paramétricos

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Recaredo Arias Jiménez da Fides e Amis (à esquerda), ao lado do superintendente de Regulação da CNseg, Alexandre Leal, coordenador da mesa

As perdas provocadas por desastres naturais, em valores, mostram seu poder de destruição no plano das finanças e acendem a luz de alerta entre as seguradoras. No acumulado de 1997 a 2013, as enchentes, furações, terremotos, entre outras intempéries naturais, somaram US$ 140 bilhões em todo o planeta. Desse total, pelo menos US$ 45 bilhões foram desembolsados pela indústria mundial de seguros, chamando a atenção o acelerado ritmo de pagamentos das perdas nos últimos dois ou três anos.

Este dados, citados por Recaredo Arias Jimenez, diretor geral da Associação Mexicana de Instituições de Seguros (Amis) e vice-presidente da Fides, são apresentados para ratificar que as mudanças climáticas não são cíclicas, mas sim uma tendência que se consolida, uma dura realidade para toda a humanidade. Isso porque não só mais os países desenvolvidos que enfrentam as adversidades climáticas, mas também as nações emergentes.

Recaredo Jimenez participou, como palestrante, do 3º Encontro de Resseguro, evento de dois dias (8 e 9) promovido pela CNseg, Fenaber, Abecor-Re e Escola Nacional de Seguros, para discutir os temas que mais inquietam a indústria mundial de resseguros.

Na palestra "Experiência do México em Seguros Paramétricos", ele detalhou o projeto que envolve seguradoras e governo no esforço de ampliar a cobertura da população e de atividades estratégicas, como a agricultura, contra os extremos climáticos. Mas fez questão de lembrar que todos os países da América Latina estão incluídos no mapa mundial de riscos climáticos.

Para estes países, o modelo mexicano de seguros paramétricos parece indicado. Lá, existem seguros para uma variedade de riscos, como terremotos, que cobrem áreas delimitadas e são acionados de acordo com a profundidade do epicentro. "Não importa se houve ou não destruição caso a caso, pagamos imediatamente, conforme as métricas", informou ele.

Outro aspecto importante é a celeridade das operações. Na passagem do furação Wilma, em outubro de 2010, as seguradoras mexicanas pagaram todas as indenizações no prazo de 15 meses subsequentes, razão pela qual Cancun e Riviera, duas das áreas mais afetadas, tiveram casas e toda a infraestrutura recuperada. As perdas pesadas da indústria só são suportáveis porque as seguradoras têm uma agressiva política de cessão de riscos para as resseguradoras. "Sem elas, não haveria como viabilizar os sinistros catastróficos", reconheceu ele.

Fonte: CNseg