Holanda: modelos de subscrição para sobreviventes de câncer são avaliados
Um modelo que tenta calcular o risco de morte real dos sobreviventes de câncer de mama na Holanda é a nova esperança para superar a política cautelosa de subscrição do seguro de vida naquele país. Médicos holandeses, convocados por seguradoras, apresentaram o modelo um congresso europeu de câncer de mama, realizado em Barcelona, na Espanha. Cada vez mais mulheres sobrevivem à doença, mas encontram dificuldades em contratar seguro de vida, apesar do diagnóstico de cura.
Van Maaren, pesquisadora da Organização Integram de Câncer dos Países Baixos, com sede em Utrecht (Holanda), diz que a maioria das solicitações de seguro de vida é aceita, menos para sobreviventes de câncer. "Muitos ex-pacientes com câncer ou são rejeitadas ou seus prêmios são extremamente onerados", segundo Van Maaren,
O pedido de modelos de subscrição foi resultado de tratativas entre a Associação Holandesa de Seguradores e da Federação Holandesa de Pacientes de Câncer. O modelo prevê o risco adicional de morte nas pacientes com câncer até dez anos depois do diagnóstico. No estudo, foram avaliados 23.234 casos de mulheres diagnosticadas com câncer de mama com a população geral da Holanda, englobando os anos de 2005 e 2006.
Os pesquisadores obtiveram dados sobre idade, ano de diagnóstico ou estágio do câncer de mama e encontraram 10.101 mulheres diagnosticadas com câncer no estágio I, 9.868 no estágio II e 3.265 no estágio III. Foram criados 30 modelos, 10 para cada um dos três estágios do câncer de mama.
Depois, houve ajustes nos modelos para levar em conta fatores que podem influenciar o risco de morte, como o tipo de câncer de mama, se há disseminação do câncer para os gânglios linfáticos, a idade no momento do diagnóstico, o tipo de cirurgia, e se o paciente recebeu tratamentos como radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal ou terapias dirigidas. "Todos os modelos foram então integrados em um conjunto que, para cada estágio da doença, mostra o risco de morte nos primeiros 10 anos em comparação com a população holandesa em geral, dependendo do número de anos de sobrevida ao câncer após o diagnóstico". detalhou a pesquisadora.
As seguradoras holandesas já estão testando o novo modelo e comparando seus resultados com seus dados anteriores para calcular como isso pode afetar o fato de que alguém seja aceito ou não para o seguro de vida. Na sequência, eles avaliarão o resultado com as associações de pacientes e os grupos de trabalho envolvidos no projeto e, se houver concordância, o modelo poderá ser aplicado.
Como o modelo está baseado na Holanda, antes de se aplicar a outros países, ele deverá ser avaliado com sua própria população. "No entanto, não esperamos que o risco de morte adicional - a diferença entre os sobreviventes de câncer de mama e a população - seja muito diferente", assegurou Van Maaren.
Fonte: CNseg