Mais para Homer Simpson que para Sr. Spock

O Prêmio Nobel de Economia foi anunciado ontem, dia 9, tendo como ganhador o economista americano Richard H. Thaler, professor da Universidade de Chicago.

Considerado um dos pais da chamada economia comportamental, Thaler afirma em sua obra que, diferentemente do que é preconizado pela teoria econômica tradicional, o ser humano é muito menos racional do que se imagina na hora de tomar decisões objetivas. "Somos muito mais parecidos com Homer Simpson que com o Sr. Spock".

Em 2014, Richard H. Thaler participou, aqui no Brasil, do VII Fórum Nacional de Seguros de Vida e Previdência Privada, organizado pela FenaPrevi, onde apresentou uma palestra sobre a revolução do consumidor. Para ele, as teorias econômicas tradicionais, de um modo geral e, o mercado segurador, em particular, tendem a achar que os consumidores são altamente racionais no momento das tomadas de decisão financeira, quando, na verdade, são suscetíveis a uma ampla gama de preconceitos que podem levar a decisões equivocadas. “O principal problema das teorias econômicas tradicionais são os supostos ‘fatos irrelevantes’”, afirmou o professor.

Uma descoberta interessante de Thaler, junto com o pesquisador Shlomo Benartz, foi que muitos trabalhadores americanos deixavam de aderir a planos de previdência, mesmo conscientes da importância da ação, simplesmente porque precisavam preencher extensos formulários de adesão. Em um experimento, quando a adesão era automática, com a necessidade de preenchimento de formulários somente para sair do sistema, a adesão aumentou consideravelmente, levando o congresso norte-americanos a mudanças nas regras do sistema.

Em 2008, o economista publicou o livro "Nudge: o empurrão para a escolha certa", mostrando como pequenos incentivos são suficientes para influenciar na tomada de melhores decisões. Entre as histórias relatadas na publicação, o caso do aeroporto de Amsterdã, que reduziu em 80% a sujeira dos banheiro ao pintar uma mosca nos mictórios, estimulando a prática da mira ao alvo. 

Fonte: CNseg