Mercado segurador cresce 4,8% até agosto, destaca CNseg

Alguns ramos do setor de seguros mais sensíveis ao ciclo de estabilização econômica melhoraram seus índices e a arrecadação nominal apontou um crescimento de 4,8% até agosto de 2017 em comparação com igual período do ano anterior. O volume arrecadado atingiu o montante de R$ 160,5 bilhões, segundo os dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e reunidos pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) para o boletim conjuntural Carta do Seguro, cuja edição ratifica o caminho da recuperação do setor em 2017 e aponta que os prêmios de seguros e aportes a planos de previdência e títulos de capitalização totalizaram R$ 22,3 bilhões em agosto, com crescimento de 10,2% ante o mesmo mês de 2016. "Olhando a série de janelas de 12 meses, essa recuperação precisa ser examinada com cautela porque o mercado de seguros, previdência e capitalização revela ainda desaceleração, considerando a sua maior resiliência em 2016", analisa o presidente da CNseg, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, em editorial da Carta do Seguro.

Um dos segmentos que também denotam evolução é o de Automóveis, que no acumulado do ano já mostra aumento de 6,5% relativamente a idêntico período de 2016. Também evoluíram Crédito e Garantias (39%), Garantia Estendida (3,4%) e Rural (14,6%). No segmento de Cobertura de Pessoas, os Planos de Acumulação VGBL tiveram recuperação, tendo a taxa de crescimento passado de 4% para 5,3%,.

Na mesma edição da Carta do Seguro, o economia Lauro Faria, da Escola Nacional de Seguros (ENS) destaca que os últimos dados registrados no mercado de seguros ratificam o cenário de retomada do crescimento do produto com queda da inflação e, como consequência, da taxa básica de juros comandada pelo Banco Central. O IBC-Br, que é uma estimativa do PIB calculada pelo BC, teve expansão de 0,4% em julho passado sobre o mês anterior na série com ajuste sazonal e de 1,2% no acumulado do ano até julho contra os sete meses anteriores.

Faria assinala que a taxa de desocupação recuou para 12,6% no trimestre junho/agosto de 2017, menos 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre março-maio anterior. Assim, a expectativa de crescimento do PIB para o ano de 2017, constante do Boletim Focus de 29/09/2017, avançou para 0,7%, a da inflação caiu para 2,95% (dez.2017 / dez.2016), e a da taxa Selic, para 7% ao final de 2017. Mostrando, contudo, que a economia ainda não se recuperou de todo, o dado de agosto da produção industrial revelou queda de 0,8% em comparação com o mês imediatamente anterior na série com ajuste sazonal, resultado que interrompeu quatro meses seguidos de expansão.

A forte redução das taxas de juros teve efeitos diretos e indiretos sobre as seguradoras, aponta o economista da ENS. Na área da Susep, no agregado, o resultado financeiro caiu 13,9%, e o resultado patrimonial, 16,7% no acumulado do ano em comparação com o mesmo período de 2016. "Em compensação, melhorou a eficiência técnica das seguradoras: a chamada "margem bruta" (sinistralidade + índice de despesas de comercialização) para o total do mercado caiu no mesmo período de 71,2% para 70,4% (em Ramos Elementares, de 77,5% para 77,1% e em coberturas de riscos de Seguros de Pessoas, de 57,6% para 56,7%). No entanto, tal melhora não foi suficiente para manter a taxa de rentabilidade do patrimônio liquido do conjunto das seguradoras, que, em termos anualizados, caiu de 23,4% no acumulado de 2016 até agosto para 20,2% no mesmo período de 2017. Note-se que ainda assim trata-se de taxa de retorno elevada, mormente se comparada à de outros setores da economia brasileira", analisa Faria.

Fonte: Seg Notícias