Mulheres evoluem no mercado de trabalho, mas enfrentam desafios no planejamento financeiro para aposentadoria

As mulheres já aumentaram sua presença no mercado de trabalho em aproximadamente 4,5% de aumento segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são, cada vez mais, a única fonte de renda da família. Consideradas “chefes de família”, elas também possuem maior percentual de diploma universitário em relação aos homens. Mesmo diante de tantas conquistas, ainda há uma grande lacuna no quesito planejamento financeiro quando se fala em aposentadoria.

Uma pesquisa realizada pelo grupo Aegon, parceiro global da Mongeral Aegon, sobre o preparo da aposentadoria, revelou que homens e mulheres têm praticamente as mesmas aspirações para a aposentadoria: desejam viajar, passar mais tempo com a família e cultivar novos hobbies. Contudo, de acordo com o estudo de 2014,  o público feminino tende a associar a aposentadoria a termos negativos como insegurança - um quarto delas - e pobreza - um quinto.  Outra estatística impactante é que apenas 20% consideram estar no caminho certo para atingir a renda que acreditam que será necessária ter após pararem de trabalhar.

Vários fatores contribuem para essa expectativa pessimista. O primeiro deles é o descompasso entre uma expectativa de vida em geral 4 a 5 anos maior do que a dos homens, acompanhada de um tempo menor de contribuição previdenciária - as mulheres se aposentam antes. Existe, ainda, a dificuldade de economizar pelo ganho de salários inferiores e as chances maiores de interromper a carreira para dedicar mais tempo à família.

O estudo revelou questões específicas das mulheres para alcançar a renda necessária para manter o padrão de vida na aposentadoria em relação aos homens.  Uma delas é na comparação da faixa salarial:  elas ganham em média 27% menos que os homens. Enquanto 38% das mulheres têm acesso aos planos de aposentadoria com contribuições do empregador, esse número sobe para 45% dos homens. As questões específicas das mulheres reveladas no estudo resultam em uma poupança entre 30% a 40% daquela formada pelos homens. Ao passo que 54% delas acreditam contar com a renda do cônjuge durante a aposentadoria, esse percentual cai para 35% entre os homens.

Pensando nesses desafios, Patrícia Campos, superintendente de comunicação coorporativa da Mongeral  Aegon esclarecer dúvidas e orientar o planejamento feminino para a aposentadoria.

Saiba distinguir o principal responsável por planejar sua aposentadoria
Muitas pessoas se sentem confusas em relação ao protagonismo das empresas, do governo e até mesmo de si próprias em relação ao planejamento financeiro para a aposentadoria. Na Europa e no Japão, o governo e os empregadores possuem liderança no fornecimento de pensões. No entanto, no Brasil e na Índia o sistema de previdência social não cobre o rendimento de pessoas que recebem acima de uma determinada faixa salarial e as iniciativas do empregador ainda são tímidas. Estes dois fatores exigem uma preocupação pessoal maior.

Seja independente financeiramente do seu cônjuge
Apesar da participação ativa no orçamento da família, mais da metade das mulheres se sentem dependentes da renda do marido nos últimos anos de vida e consideram o cônjuge uma fonte de apoio extremamente importante para a aposentadoria. Porém, pesquisas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que elas têm maior probabilidade do que eles de se tornarem viúvas, de morarem sozinhas e de dependerem dos benefícios concedidos ao sobrevivente.

Não se apoie apenas na seguridade social
A renda máxima para a aposentadoria coberta pela previdência social brasileira é atualmente de R$ 4.662,43. E, mesmo assim, para conseguir esse benefício é feito um cálculo baseado no tempo de contribuição, proventos mensais e outros fatores. Então, caso as suas necessidades financeiras estejam acima desse valor, é necessário pensar em complementar o que receberá do governo e uma opção segura é optar por planos de previdência privada.

Controle os gastos excessivos
Por estarem mais propensas a interrupções na vida profissional e a remunerações mais baixas do que as recebidas pelos homens, as mulheres têm muito mais dificuldade de economizar regularmente ao longo da vida e, por isso, estão mais focadas em investimentos de curto prazo. Dessa forma, devem evitar compras por impulso e gastos desnecessários por mais que pareçam irrelevantes no orçamento.

Procure alternativas para não parar de trabalhar
Uma opção para as mulheres que precisam se afastar de seus empregos de carga horária integral para se dedicarem mais à família é buscar oportunidades de meio expediente. Essa é uma solução que garante a continuidade da contribuição previdenciária e, ao mesmo tempo, equilibra os compromissos familiares e profissionais.

Busque informações sobre como lidar com suas finanças
As mulheres precisam contar com apoio do governo e dos empregadores para economizarem mais, porém também devem se sentir as principais responsáveis pela sua renda de aposentadoria. Assim, é importante aumentar o conhecimento sobre questões financeiras que auxiliam na habilidade de planejamento.

Fonte:In Press Porter Novelli