Número de segurados de microsseguros dá saltos no mundo e soma 500 milhões
O número de segurados de microsseguro no mundo chegou a 500 milhões no mundo, uma alta significativa considerando-se os 135 milhões registrados em 2009 e os 78 milhões em 2007, revela o segundo volume do livro “Microinsurance Compendium, Protecting the poor”, produzido pela Microinsurance Innovation Facility e patrocinado pela International Labour Organization (OIT) e Munich Re Foundation.
O microsseguro tem como objetivo proteger as pessoas mais necessitadas contra os riscos, tais como acidentes, doenças, morte na família, desastres naturais e perdas de propriedade - em troca de pagamentos seguros de prêmios adaptados às suas preferências e capacidade de pagamento. "Desde 2008 temos visto inúmeras inovações para superar os desafios de oferecer produtos de seguros viáveis para pessoas de menor renda", diz Craig Churchill, líder da equipe de Inovação da OIT e presidente da Microinsurance Network, uma empresa global que visa promover o desenvolvimento do microsseguro em países emergentes.
"Os esforços agora devem se concentrar em aumentar a eficácia dos produtos em termos de cobertura e atendimento e assim reduzir a vulnerabilidade das famílias mais pobres. O novo estudo vem na hora certa para ajudar as seguradoras, canais de distribuição, voluntários e outras partes interessadas em compreender como atuar em um nicho de negócios com características tão próprias como é o microsseguro", acrescenta Churchill.
De acordo com o comunicado distribuído à imprensa sobre o lançamento do livro, os resultados mostram que a Ásia - com suas duas potências em microsseguro: China e Índia – lidera em volume de segurados. A Índia lidera, com 60% do total das pessoas ao redor do mundo que contam com um microsseguro. A América Latina responde por 15% do mercado e da África por 5%.
Os autores justificam a liderança da Ásia: países com grandes populações e o notório interesse das seguradoras públicas e privadas, dos canais de distribuição próprios e do apoio ativo do governo. "Na verdade, a sofisticação em seguros que países desenvolvidos levaram centenas de anos para atingir não podem ser replicadas dentro de uma década nos países emergentes, mesmo com todas as novas tecnologias e conhecimento disponível. Atuar em microsseguro requer o envolvimento de muitas partes interessadas, tanto do setor público como do privado, que não estão acostumados a trabalhar juntos e que muitas vezes têm objetivos e sistemas operacionais muito diferentes. O que importa agora é desenvolver parcerias público privadas", avalia Dirk Reinhard, vice-presidente da Fundação Munich R e, no comunicado.
De acordo com a publicação, há muita inovação em microsseguros, principalmente no que diz respeito aos canais de distribuição, com a entrada de bancos, varejistas e empresas de telefonia celular. O estudo também destaca a entrada de seguradoras comerciais no mercado de menor renda, gerando escala, o que acelera a maturação do projeto em termos de rentabilidade. Pelo menos 33 das 50 maiores companhias de seguros comerciais do mundo já oferecem o microsseguro. Em 2005 eram apenas sete.
A segunda edição do livro abrange, em 26 capítulos, uma ampla gama de tópicos de tendências setor, a contribuição do microsseguro à proteção social, diversos produtos, como vida, residência, saúde a agricultura, bem com mostra tendências de distribuição e como agregar valor para o cliente.
Segundo os autores, o microsseguro não quebra o ciclo da pobreza por si só, mas é uma ferramenta valiosa para reduzir o nível de pobreza. Quando combinado com a proteção social, prevenção e mitigação de riscos, e complementados por outros serviços de gestão de riscos e serviços financeiros, como poupança e empréstimos de emergência, o microsseguro pode desempenhar um papel fundamental em vários níveis para gerenciar com eficiência os riscos, reduzir a vulnerabilidade e contribuir para a redução da pobreza.
Para mais informações, acesse o link www.microinsurancecompendium.org
Fonte: Viver Seguro OnLine