Pedestre à Vista
Dia de carregar as malas e partir para viagem, ou simplesmente seguir de carro para o trabalho. Tanto em uma quanto em outra situação, estamos constantemente inseridos num meio complexo: a rua, a avenida, a estrada. Locais que exigem imensa concentração do motorista, além de habilidade para driblar situações de risco. Manter a concentração terá consequências para si mesmo e, além disso, para o elemento mais vulnerável do trânsito: o pedestre.
Num levantamento da Seguradora Líder DPVAT sobre o total de indenizações pagas para vítimas de acidentes automobilísticos ao longo de 2014 – levando em conta que esse seguro paga por casos de morte e invalidez permanente- o pedestre é a segunda maior vítima da violência do trânsito, ficando atrás apenas dos motoristas. Foram mais de 149 mil acidentes com pedestres que envolveram a indenização. Muita coisa, principalmente se você pensar que, geralmente, o impacto no pedestre acaba em morte.
TOTAL DE INDENIZAÇÕES PAGAS POR TIPO DE VÍTIMA (JANEIRO A DEZEMBRO DE 2014)
MOTORISTAS 478.723
PEDESTRES 149.087
PASSAGEIROS 135.555
Fonte: Seguradora Líder DPVAT
A boa notícia é que o pedestre nunca esteve tão protegido. E isso graças à ação das montadoras, que vem desenvolvendo novas tecnologias capazes de evitar ou atenuar os efeitos de um atropelamento.
Para evitar o atropelamento
Cada fabricante tem seu próprio sistema de detecção de pedestre. Muitos eram embarcados apenas em veículos de luxo, mas agora vêm se tornando uma realidade entre modelos mais modestos. Esses sistemas são basicamente compostos por um radar fixo ao para-choque com câmeras no para-brisa – que realizam o monitoramento constante à frente do veículo. Na Europa, esse tipo de sistema está sendo agregado a muitos veículos com intenção de diminuir ou até zerar o número de vítimas por atropelamento. Mas como eles funcionam? Quando o veículo está trafegando, e os sensores, radares e câmeras identificam uma situação de risco de atropelamento na mesma faixa de rodagem, o sistema emite um sinal sonoro e um aviso luminoso no painel do carro, indicando o risco. Caso esses sinais sejam ignorados pelo motorista, um sistema autônomo de frenagem assume o controle e realiza a parada do veículo. Lembrando que esse sistema atua em velocidade de até aproximadamente 80 km/h – e requer condições climáticas favoráveis para sua eficácia.
Um sistema interessante nesse modelo foi o desenvolvimento pela Ford para o Mondeo (nome que o Fusion tem na Europa e na Ásia). Enquanto o motorista dirige, o sensor escaneia até 200 metros a frente do carro. Assim que identifica um pedestre, ele avisa o motorista. Ou toma a iniciativa de frear se for necessário. Avançado, o sistema utiliza um algoritmo que consegue prever a movimentação do pedestre.
SE O ATROPELAMENTO FOR INEVITÁVEL
Há uma variedade de novas tecnologias e escolhas de projetos que existem especificamente para tentar salvar a vida de um pedestre caso o acidente seja inevitável. Vamos conhecê-los.
Airbag para pedestres
Sim, isso existe. Sensores dispostos no para-choque do veículo são encarregados de detectar e acionar as bolsas que ficam entre o capô e o para-brisa. Isso evita que o pedestre atinja o vidro dianteiro do veículo com a cabeça, reduzindo o grau dos ferimentos. Mas não é em toda velocidade que o sistema funciona, sua eficácia se dá em velocidades entre 20 km/h e 50 km/h.
No limpador de para-brisa
Sabe aquele limpador de para-brisa que você não consegue levantar quando o capô está fechado, dificultando a limpeza do vidro? Pois saiba que ele foi feito dessa forma de propósito: para a proteção do pedestre em caso de atropelamento. Isso porque é a área onde a haste do limpador está parafusada é justamente onde há a maior incidência de impactos de cabeça em caso de atropelamento. Com essa parte menos exposta, diminui o agravamento de lesões na cabeça da vítima.
Travessa inferior
Alguns carros importados já possuem proteções para pedestres na parte interna do para-choque dianteiro. São equipamentos que não estão expostos, mas que diminuem a lesão do pedestre quando atropelado – como a travessa inferior do para-choque. Essa travessa reduz a rotação e os ferimentos no joelho da vítima
Capô acolhedor
O capô pode ser desenvolvido para a proteção do pedestre. Isso acontece quando esse componente é projetado para se deformar em um atropelamento de modo diferenciado, “acomodando” a vítima e reduzindo os ferimentos.
Fonte: Revista Cesvi Brasil | Diego Lazari