Pequena empresa é mais suscetível ao ataque cibernético

O risco cibernético é o segundo risco mais importante dos últimos tempos, perdendo apenas para os climáticos. O pequeno empresário deve se conscientizar que a questão atinge a todos. Essa e outras afirmações foram ressaltadas pelos especialistas Samy Hazan, CEO da Pentagono Cyber Insurance Advisors; e Nir Perry, CEO e fundador da CyberWrite, durante o painel “Cyber, um novo risco – Estamos preparados ?”, que ocorreu no segundo dia do CQCS Insurtech & Inovação, na última quinta-feira (02.08).

Em sua apresentação, Hazan salientou que o novo mundo digital transforma a natureza do risco. “Há 30 anos, as preocupações em termos de riscos giravam em torno de danos elétricos, incêndios, riscos patrimoniais, entre outros. Mas, ao trazer conveniência e eficiência, a transformação digital traz também riscos emergentes que ainda nem conhecemos. Eles são frequentes e têm uma severidade significativa”.

Os ataques dos hackers compreendem invasão de privacidade, violação de dados e senhas de acesso, transmissão de vírus, extorsão, sabotagem de colaboradores, inatividade da rede. “Mas, esses riscos, afetam as PME’s?”, indaga Hazan. “Hoje, empresas de qualquer porte estão sujeitas aos ataques, principalmente as pequenas e médias, pois não possuem recursos financeiros suficientes para proteger seu ativo digital”, responde.

Atualmente, há mais equipamentos conectados do que população mundial – o dobro. E, até 2020, será quatro vezes mais. Nos EUA, o custo médio das PME’s nessa área atualmente gira em torno de 100 mil dólares, por ser um nicho muito visado e justamente pela proteção precária. “Em média, uma empresa leva cerca de oito meses para descobrir que sofreu um ataque. No Brasil, o custo médio de um ataque gira em torno de R$ 1,2 bilhão. A média global é 26 % em 24 meses, no Brasil é 46%”, pontua o executivo.

Outro ponto em questão é a Lei de Dados e Privacidade, que aguarda sanção do presidente e que obriga empresas de qualquer porte a seguirem padrões e processos para armazenamento de dados pessoais. “As multas serão pesadas para os que não cumprirem a legislação e o seguro cyber pode ser um meio de proteger as empresas quando a lei entrar em vigor”, salienta.

Segundo Hazan, não há nenhuma carteira que vai crescer tanto quanto o seguro cyber nos próximos anos, cerca de 25%. Um dos fatores é a variedade de cobertura, como custos legais de defesa, responsabilidade em relação aos vazamentos, reparo de imagem da empresa, custo de reparação da infraestrutura, interrupção das operações (paralizações), Responsabilidade Civil, entre outras.

Ao dar continuidade ao assunto, Nir Perry, CEO e fundador da CyberWrite, reforçou que as pequenas e médias empresas sofrem ainda mais com toda essa problemática. “As pequenas empresas não possuem orçamento suficiente para proteger-se contra isso. Custa caro e o problema é sério”, alerta.

Ao explicar como funciona o sistema da CyberWrite, Perry conta que a primeira coisa a fazer é preparar um relatório personalizado sobre a empresa em questão, a partir de dados externos (públicos), que contém as coberturas cibernéticas de acordo com a política da seguradora. O relatório também traz domínios detalhados de riscos da empresa e a compara na média do mercado além de apresentar a perda estimada, baseada em dados históricos dos últimos três anos.

Fonte: CNseg | CQCS