Pesquisa inédita avalia adoção de práticas sustentáveis no mercado segurador

Uma pesquisa inédita sobre práticas sustentáveis adotadas pelas empresas de seguros no Brasil foi apresentada pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), nesta terça-feira, em São Paulo, durante I Workshop Inovação e Oportunidades em Sustentabilidade. A pesquisa “Protocolo Verde de Seguros”, realizada em agosto de 2011, contou com a participação de 28 empresas, das quais 11 estrangeiras e 17 empresas nacionais. “Não houve mobilização ou tampouco divulgação da pesquisa, o que explica apenas 28 empresas entrevistadas de um total de 128”, disse Beat Gruninger, diretor da BSD Consulting, empresa responsável pela pesquisa.

Gruninger explicou que os princípios estabelecidos no Protocolo Verde direcionaram a pesquisa. “As respostas foram analisadas em relação à sua consistência para o atendimento de cada diretriz”, disse. Na primeira questão, as empresas foram questionadas sobre o atendimento ao primeiro principio, o de “oferecer produtos de seguros, de previdência e de capitalização que fomentem a qualidade de vida da população e o uso sustentável do meio ambiente”. As respostas foram 32% atendem; 18% atendem parcialmente; 24% não atendem.

Uma questão importante contemplada pelo primeiro principio trata da oferta de produtos voltados à cobertura de danos causados ao meio ambiente e ao incentivo à sua contratação. Segundo Gruninger, apenas cinco empresas atendem completamente essa diretriz; cinco atendem parcialmente e 10 não atendem. Em compensação, metade das empresas afirmou que orientam os consumidores de seus produtos sobre a adoção de práticas sustentáveis de produção e de consumo consciente.

Gruninger chamou a atenção para uma questão que envolve a solicitação de licenciamento ambiental. Foi perguntado às empresas se costumavam requerer, na análise de propostas de seguros referentes à cobertura de instalações e equipamentos potencialmente causadores de significativa degradação ambiental, a apresentação por parte do proponente das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente. Boa parte (36%) atendem a este requisito e apenas três empresas (11%) não atendem. “O receio das empresas em perder negócios que poderiam sofrer restrições devido a aplicação destes critérios não deve impedir o atendimento destas duas diretrizes”, disse.

Mais de um terço das empresas (32%) disseram incorporar critérios socioambientais ao processo de subscrição de riscos, considerando os seus potenciais impactos e a necessidade de medidas de proteção tecnicamente recomendáveis. O levantamento concluiu, ainda, que 75% das empresas promovem medidas de incentivo à redução, reutilização, reciclagem e destinação adequada de resíduos, quase 60% criaram campanhas ou usam seus canais de relacionamento com os clientes para incentivar práticas sustentáveis; metade estimula consumo consciente e a eficiência energética nos processos internos; e 35% envolvem seus funcionários em práticas verdes.

Por fim, 96% das empresas concordaram em participar, a cada dois anos, da revisão dos princípios e diretrizes para o contínuo aperfeiçoamento do protocolo. Gruninger esclareceu que a iniciativa de desenvolver Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSS) começou após uma série de pesquisas do Grupo de Trabalho de Seguros da Iniciativa Financeira do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP FI), que já era responsável pelos Princípios para Investimento Responsável (PRI). Segundo ele, outra pesquisa será realizada nos próximos dois meses, patrocinada pela CNseg e conduzida pela BSD Consulting, para direcionar a implementação dos PSS no mercado brasileiro.


Fonte: Viver Seguro OnLine