Presidente da CNseg acredita que novo Governo resgatará o clima de confiança na retomada do desenvolvimento do país
O presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marcio Serôa de Araújo Coriolano, acredita que a entrada de um novo governo traz de volta para o empresariado a esperança e o clima de confiança de que serão envidados esforços no sentido de se equacionar os problemas que impedem a retomada do crescimento do pais. “Somente desta forma as empresas voltarão a investir no país”, disse ele, citando a importância de baixar a inflação para que a população possa retomar o seu poder de compra e, por consequência, o apetite por crédito. Entre os pontos que Coriolano considera muito positivos estão a reforma da Previdência, anunciada como prioridade pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a retomada do programa de concessões na área de infraestrutura.
- A chave para a retomada do desenvolvimento será a rapidez com que avançaremos nos projetos prioritários. O setor de seguros, como caudatário do ciclo econômico, vem sendo muito impactado pelo atual cenário conjuntural, com a queda de demanda por proteção. Nesse sentido, destaco a retração nos ramos patrimoniais e no de saúde suplementar, que perdeu 1,3 milhão de vidas seguradas. Agora, esperamos que as medidas a serem implementadas pelo governo do presidente em exercício, Michel Temer, revertam positivamente para o setor de seguros – enfatizou o presidente da CNseg.
Em relação ao desempenho do setor, Marcio Coriolano reiterou, diante das novas perspectivas que se apresentam, que será mantida a projeção da CNseg de crescimento de 8% a 10% em 2016, mas agora com viés positivo. Nesse atual cenário, ele acredita que o setor renovará as expectativas a respeito da regulamentação dos produtos Vida Universal e o VGBL Saúde, este último aprovado na Câmara dos Deputados no ano passado.
Ambiente regulatório
Marcio Coriolano ressaltou a importância de um ambiente regulatório favorável, com os órgãos reguladores fortalecidos e profissionalizados. No caso da Superintendência de Seguros Privados (Susep), ele defende a sua transformação em uma autarquia especial, frisando a importância de os dirigentes do órgão terem mandato e serem sabatinados, a exemplo do que ocorre com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “É preciso evitar que se tenha qualquer tipo de retrocesso na Susep, autarquia que hoje é responsável pela fiscalização de um mercado que arrecada R$ 450 bilhões anualmente e movimenta R$ 800 bilhões em ativos”, argumentou o executivo, para quem, nesse momento é essencial que a instituição seja preservada. Nesse sentido, ele cobrou ainda a retomada do Conselho Nacional de Saúde e uma maior relevância ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
Impostos
Na avaliação de Marcio Coriolano, no que concerne às contas públicas, ele acredita que o aumento de impostos ainda parece não ter sido descartado pelo novo Governo, considerando a manutenção da proposta da recriação da CPMF no Congresso Nacional. Em relação ao seguro, o presidente da CNseg frisa que sua contribuição já foi dada com o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras, cuja alíquota passou de 15% para 20% em setembro de 2015. Para ele, é preciso avaliar a capacidade da população de pagar por produtos com uma carga fiscal maior.
Fonte: CNseg