Roubo de cargas soma prejuízo de R$ 2 bilhões

Roubos de cargas registrados em todo o país ao longo do ano passado somaram prejuízos de R$ 2 bilhões. Diante da preocupação do setor, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) e a PF (Polícia Federal) decidiram reunir-se para uma atuação mais incisiva no combate aos crimes deste tipo.

O assunto é tema de um encontro de chefes de delegacias de repressão a crimes contra o patrimônio que vai até o dia 9 em Florianópolis (SC). A parceria é importante pela ausência de estatísticas que permitam uma atuação estratégica das forças de segurança. O chefe da Divisão de Combate a Crimes contra o Patrimônio (DPAT), Luiz Flavio Zampronha, reconhece que faltam dados mais consistentes das ocorrências. “As informações vêm das polícias civis ou chegam de forma isolada à Polícia Federal”, relatou o delegado em entrevista à CNT.

Zampronha destaca que é preciso conhecer com profundidade as diversas modalidades praticadas pelos assaltantes. “Precisamos separar aqueles roubos ocorridos em perímetro urbano, que são responsabilidade das polícias civis, daqueles ocorridos no transporte interestadual, que são de competência da PF”, explica. “A atuação e a estrutura das quadrilhas especializadas está cada vez mais complexa. Os ladrões criam redes de informação, têm penetração muito grande nas empresas. Os assaltos não são apenas a mão armada, mas também ocorrem entregas de carga. São quadrilhas bem organizadas, com uso de transporte e armazenamento e uso do jammer (equipamento que bloqueia sinal de celular e dificulta o rastreamento da carga).

Somente em 2014, foram registrados 17,5 mil casos de roubo de cargas no país. Sistemas de estatísticas mais eficientes poderiam mudar este quadro, na avaliação de Bruno Batista, diretor-executivo da CNT. “Hoje, a única região que faz acompanhamento sistemático é a Sudeste – que concentra 85% dos casos de roubo de cargas no país. E o que é pior é que não conseguimos fazer um mapeamento preciso”.

Para o delegado Zampronha, o trabalho integrado entre os diversos órgãos de segurança pública e também com o setor privado é importante para corrigir essa deficiência: “Sabemos que a sociedade brasileira está farta de crimes. Nossos índices de criminalidade estão entre os maiores do mundo e precisamos, como estado, reagir a essa situação. O setor de transportes é um dos principais setores da economia que sofrem com a violência. E é muito importante a parceria da PF com o setor transportador para o enfrentamento a esse crime”, diz.

Fonte: Radar Nacional

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