Santa Catarina possui algumas das piores estradas do país
A infraestrutura rodoviária tem importância fundamental para o desenvolvimento econômico. As exportações, por exemplo, estão intimamente conectadas ao transporte, principalmente o rodoviário que interliga os demais. Uma boa base rodoviária fornece uma vantagem competitiva ao país. Analisando o caso brasileiro fica evidente que o que acontece é o contrário.
A Confederação Nacional de Transportes (CNT) afirma que para melhorar a infraestrutura das rodovias brasileiras a um nível satisfatório seria preciso um investimento de no mínimo R$ 355,2 bilhões. Em Santa Catarina, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em pesquisa realizada seria necessário R$ 3,6 bilhões para melhorar a infraestrutura de transportes no Estado.
Situação atual
Em 2013, a BR-101 foi a estrada brasileira com mais trechos considerados perigosos em estudo elaborado pela Polícia Rodoviária Federal e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apenas com rodovias federais. Em uma lista que apresenta os 20 piores trechos do país, a BR-101 aparece cinco vezes na lista. Dois pontos ficam em Santa Catarina.
O primeiro trecho mais perigoso do país, inclusive, fica no Estado, entre São José e Palhoça, do quilômetro 200 ao 210. A pesquisa apontou que nesse trecho foram 1.049 acidentes, 516 feridos e 13 mortes. O índice de gravidade atingiu 3.954 pontos. Ainda na BR-101, em Palhoça, entre o quilômetro 210 e o 220, Santa Catarina fica na quarta posição, com 531 acidentes, 339 feridos, 14 mortes e índice de gravidade de 2.576. Santa Catarina ainda aparece no ranking na 14ª colocação com a BR-282 em Florianópolis, entre o quilômetro 0 e o 10. A soma dos acidentes no local ficam em 504. Foram 232 feridos e quatro mortes e o índice de gravidade do trecho é de 1.779.
O ranking se baseia não só no número de mortes registradas nas rodovias, mas na soma de acidentes registrados e sua gravidade. Para compor a lista, cada tipo de acidente ganha uma pontuação. Acidentes sem vítimas ganham um ponto, com feridos, cinco pontos e com morte, 25 pontos. A soma da pontuação estabelece a posição de cada trecho no ranking. A pesquisa foi divulgada no mês de janeiro no site da revista Exame.
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Santa Catarina possui três das 20 rodovias que mais matam no país
Levantamento feito pela revista Exame, com dados da Polícia Rodoviária Federal, mostra o quão letal essas pistas realmente são considerando sua extensão em cada Estado, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Entre as estradas que mais matam no país, a pesquisa aponta que a BR-101, a BR-470 e a BR-282, em Santa Catarina estão na lista. As três rodovias ocupam, respectivamente a 8ª, 18ª e 19ª posição de uma ranking de 20, encabeçado pela BR-381, em Minas Gerais, com 269 mortes, BR-3101, no território do Rio de Janeiro, com 254 mortes e pela BR-116, em São Paulo, com 235 óbitos.
A extensão de BR-101 em Santa Catarina é de 471,3 quilômetros. Durante o ano de 2012, foram 188 mortes no trecho, o que corresponde a uma morte para cada 2,5 quilômetros. Já a BR-470 possui no Estado uma extensão de 359,1 quilômetros e registrou no período 116 mortes. Houve uma morte a cada 3,1 quilômetro em 2012 nessa estrada. A BR-282 possui 680,6 quilômetros de extensão e registrou 114 mortos, o que corresponde a uma morte a cada 5,9 quilômetros.
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Além de estar entre as rodovias mais perigosas e que mais matam no país, Santa Catarina não aparece em uma pesquisa que menciona as 10 estradas federais mais seguras do Brasil. Segundo a CNT, que avaliou 96,7 mil quilômetros de rodovias em todo o país em 2013, o trecho melhor para trafegar fica entre São Paulo e Limeira, composto pelas rodovias Washington Luís e Bandeirantes. Todas as vias que aparecem no ranking são concedidas à iniciativa privada.
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Fonte: Noticenter