Tokio Marine: apetite para trazer mais capacidade de resseguro para o Brasil
Na carteira de grandes riscos, a Tokio Marine alia dois feitos: crescimento superior ao do mercado e capacidade suficiente de resseguro. E, ainda, buscará mais capacidade para colocar à disposição de seus clientes. Os seus executivos estão com uma visita programada para este mês de abril à Kiln (resseguradora global da Tokio Marine), em Londres.
Segundo Felipe Smith, diretor executivo de produtos pessoa jurídica da Tokio Marine, “não está nos nossos planos e nem temos interesse em abrir uma resseguradora local. Nós queremos é buscar mais capacidade e aumentá-la com a Kiln”, afirma.
O aumento de capacidade tem como mote turbinar o plano de expansão da carteira de grandes riscos, a meta de dobrar o seu atual market share para 10% até 2017, consolidando-se entre as 4 top seguradoras que atuam neste segmento. O caminho já está a passos largos.
No ano passado, a companhia cresceu 16,5% na carteira, em comparação a 2013 – bem acima do mercado que teve uma expansão de 8% – somando R$ 761 milhões em prêmio líquido emitido. “Queremos evoluir com novas coberturas e produtos mais adequados. O mercado melhorou a precificação, mas não evoluiu nesse sentido”, comenta o executivo.
Com apetite para grandes riscos, a Tokio Marine tem estratégia para todo o perfil de risco, desde o pequeno ao grande, com um time preparado para focar em cada produto. “Estamos focados para sermos bons em todos os negócios”, acrescenta Smith, especificando a seguir o desempenho de produtos da carteira, a começar por produtos para pessoa jurídica.
“Nós temos 5,6% de market share em produtos para pessoa jurídica com a meta de chegar a 10% em 2017. Apenas entre janeiro e fevereiro deste ano, a produção foi de R$ 80 milhões em prêmios e pretendemos terminar 2015 com R$ 1 bilhão. O foco é crescimento sustentável sem baixar preço”, diz.
Riscos de transporte
Nesta carteira, a participação de mercado da companhia é de 7,9% e ela está entre as quatro maiores seguradoras em transporte consolidado, foco em embarcador (nacional, internacional) e transportadores. “Nós temos uma capacidade de US$ 40 milhões em contrato de resseguro. Entendemos que este é um mercado bastante importante e, por isso, temos de investir em pessoas e ter bom um contrato de resseguro que é colocado no Brasil. Assim, somos uma companhia global com decisão local”, afirma.
Riscos nomeados e operacional
Com um crescimento de 126,8% nesta carteira em 2014, quando comparado ao ano anterior, e 6,4% de market share, Smith enfatiza que este resultado não se deve a redução de preço. “Não estamos baixando preço, mas estamos com apetite. Temos uma capacidade automática de resseguro de R$ 250 milhões que pode chegar a R$ 500 milhões”, cita.
Riscos de engenharia
Entre as top 3 seguradoras nesta carteira, a Tokio Marine cresceu 24% em riscos de engenharia no ano passado, em relação a 2013. Hoje tem 9,4% de participação de mercado e uma capacidade de resseguros de R$ 250 milhões.
Smith destaca que nenhuma seguradora consegue este resultado (9% de market share) sem grandes riscos na sua carteira, o que na Tokio Marine incluem obras de infraestrutura, geração transmissão e distribuição de energia, entre outras. “E como um benefício ao mercado, a companhia tem uma apólice única para riscos de engenharia e RC Obras, o que nem todas se seguradoras tem”, compara.
Garantia
Com uma expansão de 84,7% em seguros de garantia na comparação com 2013, enquanto o mercado cresceu 18,7%, Smith diz que “ainda não temos um grande market share nesta carteira. Em 2014, diferentemente da Tokio Marine, o mercado cresceu por causa do garantia judicial e nós em outros negócios”, informa.
Já neste ano de 2015, a companhia já emitiu R$ 23 milhões em prêmios, resultado também acima de 2014. Para esta carteira, a capacidade de resseguros é de R$ 140 milhões.
Para finalizar, Smith destaca ainda a carteira de RD equipamento, também importante para a companhia, de forma que a Tokio Marine com os produtos acima citados atende os clientes oferecendo um pacote completo. E, com uma visão de mercado, o executivo fala sobre a necessidade de mudança da visão de risco no Brasil, da simples negativa por parte das seguradoras. “É por isso que queremos ofertar serviços aos nossos corretores e clientes. Nós temos inspeção própria para riscos nomeados. Inclusive para o médio mercado, cada vez mais, a inspeção tem sido feita dentro de casa”, conclui.
Fonte: CQCS | Revista Cobertura