Já existe seguro contra falhas de inteligência artificial?

A inteligência artificial (IA) já é parte do cotidiano de pessoas e empresas, mas também traz novos riscos operacionais que começam a ser reconhecidos pelo mercado segurador.

Com o aumento da dependência de algoritmos e sistemas inteligentes, cresce também a preocupação com erros, vieses ou falhas técnicas que podem gerar danos reputacionais e financeiros expressivos.

Chega ao mercado o seguro para falhas de IA

Diante desse cenário, a Lloyd’s of London, um dos maiores mercados de seguros do mundo, lançou uma apólice voltada exclusivamente para cobrir falhas de inteligência artificial. A solução foi desenvolvida em parceria com a start-up Armilla, especializada em testes e validação de sistemas automatizados.

  • As coberturas incluem:
  • Custos com ações judiciais movidas por clientes prejudicados
  • Pagamentos de indenizações a terceiros por falhas da IA
  • Cobertura de desempenho abaixo do esperado, mediante auditoria técnica da seguradora

Exemplo: se uma IA foi treinada para acertar 95% das respostas e no uso real entrega apenas 85%, a empresa pode acionar o seguro - desde que a falha gere um prejuízo ou processo judicial.

Quais riscos uma IA pode causar?

  • Respostas incorretas de chatbots ou assistentes virtuais
  • Decisões enviesadas por algoritmos discriminatórios
  • Erros em análise de crédito, RH ou atendimento médico automatizado
  • Falta de compreensão de contextos culturais ou linguísticos
  • Baixa transparência (caixa-preta) em modelos preditivos

Por que IA importa para sua empresa?

Com a IA sendo aplicada em vendas, atendimento, gestão de dados e tomada de decisão, a responsabilidade por erros pode recair sobre a empresa - mesmo que o problema esteja no software. Ter um seguro específico para IA não só protege financeiramente, como ajuda a aumentar a confiança dos clientes e investidores.

IA com responsabilidade: tendência global

O seguro contra falhas de IA é uma resposta inovadora ao crescimento da inteligência artificial generativa e seus riscos associados.

No Brasil, ainda não há produto equivalente, mas a tendência é que seguradoras comecem a adaptar esse modelo.

Com isso, a IA deixa de ser uma tecnologia sem rede de proteção e passa a integrar um ecossistema de governança, transparência e mitigação de riscos, alinhado a práticas ESG e compliance digital.

Fonte: CNseg | Notícias do seguro