O Setor Segurador brasileiro deverá ter um crescimento de 8% em 2026, mesmo diante dos efeitos da cobrança do IOF nos planos de Previdência Aberta. A projeção foi apresentada pela Confederação Nacional das Seguradoras durante entrevista coletiva no último dia 11 de dezembro, em São Paulo.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, disse que o impacto do IOF ainda é muito imprevisível, especialmente porque, no próximo ano, haverá novamente uma mudança de regra. “Até 2025, depósitos de até R$ 300 mil por seguradora estão isentos de IOF. Em 2026, o limite passa para R$ 600 mil, mas a regra passa a considerar também o agregado de mercado, ou seja, somando todos os aportes do segurado em uma ou mais seguradoras. Não há como antecipar como o cliente irá se comportar diante desse novo cenário”, citou.

Apesar dos entraves, o executivo ressaltou que o crescimento projetado é positivo. “Com uma inflação estimada em 4%, estamos falando de um avanço real de 4%, um crescimento robusto e distribuído entre diversos ramos do setor.”

Segmentos

Entre os produtos com melhor desempenho projetado para o próximo ano, o seguro Automóvel deve crescer 7,7%. Entre janeiro e setembro deste ano, o produto arrecadou R$ 45,2 bilhões, alta de 6,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A projeção de crescimento para o seguro Habitacional é de 10,2% em 2026. Entre janeiro e setembro deste ano, o produto registrou alta de 12,2%, totalizando R$ 5,9 bilhões arrecadados.

A alta prevista para o seguro de Transporte é de 6,6%, resultado influenciado pela expansão do comércio eletrônico e pela maior demanda logística.

O seguro Garantia deve crescer 12,1% em 2026, impulsionado pelo aumento esperado na demanda por Garantia Judicial.

Por outro lado, o desempenho do seguro Rural segue como ponto de alerta para o setor. O produto deve crescer apenas 2,3% em 2026. Existe a possibilidade de uma revisão positiva neste produto, caso a Lei Orçamentária Anual de 2026 seja aprovada e o Projeto de Lei nº 2.951/2024 avance no Congresso, transformando a subvenção ao prêmio do seguro rural em despesa obrigatória da União e permitindo a implementação do Fundo de Catástrofe, com aportes públicos de até R$ 4 bilhões.

Desempenho

Nos três primeiros trimestres de 2025, o Setor Segurador pagou quase R$ 200 bilhões aos consumidores por meio de indenizações, resgates, benefícios previdenciários e sorteios de capitalização, representando um crescimento de 9,7% (desconsiderado o segmento de Saúde) em relação ao mesmo período de 2024.

Do lado das receitas, o setor movimentou R$ 313 bilhões até setembro, mas registrou queda de 3,4% em relação ao ano anterior, influenciada pelo comportamento dos planos de Previdência Aberta. Ainda assim, os demais segmentos mantiveram desempenho constante e têm garantido a expansão do mercado.

Fonte: Seguro Gaúcho