Mercado de capitalização cresce receita em quase 18% em 2012

Agora é oficial: o mercado de capitalização encerrou o ano com receitas de R$ 16,5 bilhões, alta de 17,6% sobre o exercício imediatamente anterior; reservas técnicas de R$ 22,5 bilhões, crescimento de 13,9%; e devolução, via resgates dos títulos, R$ 10,6 bilhões, 16,13% a mais que em 2011, fora os sorteios de R$ 841,9 milhões. Os dados do setor foram divulgados pelo presidente reeleito da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Marco Antonio da Silva Barros, durante o 2º Worshop FenaCap, evento que reúne, nesta quinta-feira (7), na cidade do Rio de Janeiro, mais de 100 pessoas para fazer um balanço do mercado e discutir as perspectivas para a capitalização. Entre os presentes, além da nova diretoria da FenaCap, empossada hoje, e executivos das empresas associadas à entidade, o presidente da CNseg, Jorge Hilário Gouvêa Vieira, e o diretor de Autorizações da Susep, Nelson Victor Le Cocq DOliveira, representando o superintendente da autarquia, Luciano Portal, no encontro.

Vários fatores continuam a puxar o forte crescimento dos indicadores da capitalização, lembrou Marco Barros, incluindo-se aí os tíquetes baixos dos produtos (de R$ 8 na modalidade Popular e R$ 28 no Tradicional), contratação simplificada, dispensa de comprovação de renda, carência para resgates e participação nos sorteios, o plus para incentivar as pessoas a manter o dinheiro guardado. “É mesmo impressionante o desenvolvimento da capitalização no Brasil, um dos segmentos supervisionados pela Susep com as maiores taxas de crescimento, ao lado de previdência”, assinalou Jorge Hilário Gouvêa Vieira, ao destacar que a capitalização é bom para mercado, para a população e um instrumento de inserção da nova classe C.

O consenso é de que o mercado de capitalização está e continuará em plena ebulição. Na avaliação de Nelson Oliveira, olhando para os modelos de investimentos atuais, a capitalização está no chamado mercado estrela, ou seja, segmento propenso a ter uma taxa de crescimento ainda mais expressiva que os demais dentro de cenário macroeconômico favorável.

Na sua avaliação, ainda que o Brasil não conviva com um PIB chinês, a taxa média de crescimento da economia dos últimos 10 anos tem sido suficiente para irrigar o poder de compra dos trabalhadores e incluir cada vez mais pessoas no mercado consumidor. Ele lembrou que, sobretudo entre a população da baixa renda, o aumento do salário mínimo, abaixo de 100 dólares há 10 anos e hoje na casa dos 300 dólares, tem uma contribuição efetiva em estabelecer um novo perfil de estrutura de consumo e poder de compra, auxiliando também o mercado segurador como um todo a expandir, sobretudo nas apólices massificadas.

Nesse cenário, ele entende que a capitalização tem um papel importante a cumprir, ao dar o pontapé inicial ao processo de bancarização das pessoas que, antes da estabilidade econômica, permaneciam à margem do mercado de consumo. “A capitalização cumpre também um papel relevante na educação financeira”, explicou.
Ainda que o foco da capitalização seja as classes C e D, a capitalização tem adeptos também nas classes mais altas e, mais recentemente, boa receptividade por empresas, tendo em vista a demanda crescente por produtos de Incentivo (tem foco em evento promocional de caráter comercial instituído pelo subscritor para alavancar vendas dos produtos ou serviços da empresa).

Este ano, a FenaCap acredita que o mercado voltará a exibir um crescimento na casa de dois dígitos. O faturamento estimado do mercado é de R$ 19,6 bilhões, alta de 18,5%, se confirmado) e as reservas técnicas devem avançar para R$ 24,9 bilhões, alta de 12,7%. A continuidade do quadro econômico é o que mais anima a projeção otimista. Tanto que a FenaCap prevê que o mercado, dentro de quatro anos, terá dobrado de tamanho em termos de receita, alcançando R$ 34,2 bilhões.

Fonte: FenaCap