G20: renda reduzida de trabalhador limita consumo
Um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização para a Cooperação Econômica (OCDE) e o Banco Mundial, nesta terça-feira (9) e discutido entre hoje (10) e amanhã (11) por ministros do Trabalho do G20, deixa claro que o aumento do consumo de bens e serviços, inclusive de seguro, enfrenta um adversário comum: a pobreza de grande parte dos trabalhadores das economias do G20. O estudo “Mercados de Trabalho do G20: perspectivas, principais desafios e respostas políticas” revela que cerca de 837 milhões de trabalhadores nas economias emergentes do G20 são pobres, recebendo até US$ 4 por dia no ano passado. Nesse grupo, imagina-se que praticamente a metade dos de trabalhadores nos países emergentes do G20 é "extremamente" pobres- são aqueles cuja renda é inferior à linha da pobreza, de US$ 1,25 por dia- ou "moderadamente" pobres- recebem US$ 2 diários.
O G20 engloba os principais países de economias ricas e emergentes, além da União Europeia, controlando 80% do comércio mundial. A penúria dos trabalhadores engloba os países do Brics (Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, e ainda Argentina, Indonésia, México, Arábia Saudita e Turquia. O estudo lembra que houve progresso enorme na redução da pobreza extrema e moderada dos trabalhadores, onde o número de pessoas que recebem até US$ 2 diários foi reduzido pela metade desde 1991, chegando aos atuais 447 milhões.
De qualquer forma, a pobreza dos trabalhadores é ainda desafio desses governos, para quem há também uma "uma grave penúria de empregos de qualidade", o que afeta as perspectivas de retomada do crescimento econômico. Além disso, mais de 100 milhões de pessoas continuam desempregadas nos países do G20. "A performance medíocre do mercado de trabalho ameaça a retomada do crescimento, porque freia o consumo e o investimento", diz o documento. Para a OIT, a OCDE e o Banco Mundial, em busca do fim do ciclo baixo de crescimento econômico e fraca criação de empregos, é necessária a intervenção dos governos na demanda e na oferta de empregos. "Essas políticas seriam mais eficazes se fossem tomadas coletivamente pelo G20", acrescenta o relatório.
Fonte: CNseg