Brasil dá exemplo em eficiência energética

Por muitos anos o Brasil foi considerado um paradigma em termos de gastos energéticos. Com fonte renovável abundante – principalmente a hidráulica – podia se dar ao luxo de até mesmo desperdiçar energia. Felizmente, nos últimos 20 anos, especialmente diante da crise que se aproximou, foi preciso otimizar este insumo cada vez mais estratégico e decisivo na matriz de uma economia.

O modelo brasileiro passou a ser visto como exemplar em termos de eficiência energética, tendo conquistado inclusive premiações internacionais. Da grande empresa ao pequeno consumidor no interior deste país tão continental, todos passaram a entender a relevância de assegurar o fornecimento de energia em bases eficientes.

Vale conhecer iniciativas dentro do Procel, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, que combate o desperdício e reduzindo os custos e os investimentos setoriais. Criado em 1985, no âmbito do Ministério das Minas e Energia, as ações do Procel “contribuem para o aumento da eficiência dos bens e serviços, para o desenvolvimento de hábitos e conhecimentos sobre o consumo eficiente da energia e, além disso, postergam os investimentos no setor elétrico, mitigando, assim, os impactos ambientais e colaborando para um Brasil mais sustentável.” A eficiência energética é uma solução econômica, eficaz e rápida para mitigar mudanças climáticas.

Os resultados podem ser aferidos. De acordo com dados oficiais, considerando os resultados acumulados do Procel no período de 1986 a 2014, a economia total obtida foi de 80,6 bilhões de kWh. Apenas em 2014, o Procel contribuiu para uma economia de 10,5 bilhões de quilowatts-hora (kWh), o equivalente a 2,2% de todo o consumo nacional de energia elétrica naquele ano. Esse resultado representa o consumo anual de energia elétrica de aproximadamente 5,25 milhões de residências brasileiras. Os reflexos ambientais também foram significativos: as emissões de gases de efeito estufa evitadas pela economia proporcionada em 2014 pelo Procel alcançaram 1,425 milhão de toneladas de CO2 equivalentes, o que corresponde às emissões de 489 mil veículos em um ano. O mercado brasileiro de eficiência energética tem um potencial estimado de negócios que pode superar R$ 60 bilhões, segundo cálculo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco). O BNDES, através de três linhas dentro do Programa Proesco, é a principal fonte de financiamento para o setor. Algumas iniciativas estão sendo debatidas para que este potencial realmente deslanche.

É sustentabilidade na veia, ou melhor, direto na conta e na eficiência. Equipamentos e eletrodomésticos com selo passaram a garantir aos consumidores ganhos em eficiência. Em edificações também foram estabelecidas metas e padrões. E nas residências, antigas e ineficientes lâmpadas incandescentes estão sendo trocadas pelas mais econômicas LED. São apenas alguns exemplos de como a eficiência energética tem trabalhado a serviço de uma economia ainda mais sustentável e desenvolvida.

Para quem não sabe, um curso gratuito pode ser feito por qualquer brasileiro dentro do site do Procel. Vale testar seus conhecimentos. E para os que desejam se aprofundar ainda mais, o Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE), conveniado da Fundação Getúlio Vargas do Paraná, está com as inscrições abertas para o seu curso Eficiência Energética, baseado na Norma ISSO 50001, com 30 horas de aulas 100% online.

A atividade é voltada para profissionais do ramo empresarial com interesse em conhecer o tema Eficiência Energética nas empresas, e tem por objetivo levar o profissional à capacidade de analisar o uso de energia em empresas e buscar melhorias, bem como integrar ou comandar equipes de implementação de sistema de gestão de energia em busca da eficiência energética.

E para complementar, segue a dica de um paper que acaba de ser divulgado pelo sempre relevante WBCSD, o World Business Council for Sustainable Development. Trata-se de um material muito didático, um toolkit, como eles chamam, voltado especialmente para gestores com estudos de caso e dicas de eficiência energética para prédios. Vale a leitura.

Fonte: CNseg Sustentabilidade em  Seguros