Vítimas precisam ter voz no combate a violência no trânsito

Segundo os dados do Seguro DPVAT, em 2015 foram pagas indenizações pela morte de 42.501 brasileiros e por invalidez permanente para mais 500 mil pessoas. Estudo encomendado pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), estimou que os acidentes no trânsito brasileiro provocam perdas anuais da ordem de R$ 197 bilhões para o país, o equivalente a 3.3% do PIB. Considerando o impacto econômico dos acidentes e o drama humano, os números são muito maiores quando consideramos os familiares das vítimas que sofrem com a perda de um ente querido ou mesmo com a triste luta diária dos que ficam inválidos.

Evidente que as autoridades têm que tomar medidas para combater a violência no trânsito, mas é preciso também o engajamento da sociedade, em particular das vítimas de trânsito e seus familiares. A voz das vítimas e suas famílias tem muito mais força porque são fruto da legítima dor. Para que essa voz eco é importante que ela tenha canais próprios e seja organizada. A melhor forma é através de associações e ONGs, formais ou não, mas que tenham metas e objetivos bem definidos. Por exemplo, faixas exclusivas para pedestres, sinal de trânsito, passarela, palestras nas escolas, aumento da fiscalização, enfim questões que digam respeito ao dia a dia das pessoas e onde elas vivem.

Embora seja importante que as organizações desse gênero tenham propostas mais amplas para uma política estadual ou mesmo nacional de combate a violência no trânsito, é através de iniciativas micro que obtemos resultados mais rápidos e fica mais fácil engajar as pessoas. Com o tempo, as entidades podem se organizar em associações na sua cidade, no estado e até mesmo de cunho nacional. Levando propostas para o Legislativo e Executivo, ou seja, começar batendo na porta do prefeito para chegar um dia na porta da Presidência da República. Como aliado importante, as vítimas de trânsito, seus amigos e familiares, devem procurar a imprensa do seu bairro, cidade, região. Os veículos de comunicação são sensíveis e abrem espaço para causas como a violência no trânsito.

Portanto, no nosso entender, é importante que as vítimas, seus amigos e familiares não se calem, não fiquem com a dor no seu peito, mas que façam parte dessa luta e contribuam com sua presença, manifestação, ideias, depoimentos. Nem que seja como uma maneira de homenagear as vítimas e evitar que novas existam.

Rodolfo Alberto Rizzotto

Fonte: Equipe DPVAT

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