SulAmérica negocia com um desconto de 65% sobre a Hapvida


A SulAmérica (SULA11) negocia com uma diferença de preço sobre lucro (P/L) de 65% ante a Hapvida (HAPV3), aponta o Bank of America em relatório enviado a clientes.

Segundo o banco, enquanto a Hapvida tem um P/L de 34x para 2022 a Sula possui um P/L de 12x. Quanto maior o número mais caro o papel.

“Os múltiplos atuais para operadoras de saúde verticalmente integradas são significativamente maiores do que a SulAmérica”, completa.

Bom negócio?

Na semana passada, a SulAmérica ofereceu uma oferta vinculativa de R$ 485 milhões para aquisição de 100% do HB Saúde, grupo com cerca de 130 mil beneficiários de planos de saúde e 25 mil beneficiários de planos odontológicos.

O negócio envolve ainda uma operadora de saúde, um hospital, 8 ambulatórios, centros diagnósticos, todos localizados em São José do Rio Preto e Mirassol, no interior de São Paulo.

Segundo o BofA, a operação parece fazer muito sentido para a estratégia da SulAmérica, levando em consideração que:

  • a presença geográfica da companhia na região é muito limitada;
  • a SulAmérica está focada no crescimento do segmento de médio porte

“A licitação do HB Saúde implica em um múltiplo de R$ 3,7 mil por beneficiário, um desconto de 16% sobre o preço pago pela aquisição da Paraná Clinicas há um ano”, calcula.

Mas e a Hapvida?

Ocorre que a Hapvida também está de olho na HB Saúde: a empresa assinou proposta vinculante para a aquisição de até 100% do grupo Grupo HB Saúde de São José do Rio Preto por R$ 450 milhões.

“Vemos riscos de guerra de licitações por este ativo, uma vez que ambos os contendores apresentam balanços sólidos e a região de atuação do HB Saúde tem uma população de 3 milhões de habitantes e 1,1 milhão de beneficiários de planos privados de saúde, apresentando uma grande oportunidade de crescimento”, completa.

Alta dos juros justifica compra em SulAmérica

A SulAmérica assim como outras seguradoras da Bolsa, sofreu com a escalada da Covid e a alta da sinistralidade no primeiro semestre. Mas, ao que parece, o pior já ficou para trás e é hora de dar uma segunda chance para os papéis.

Além disso, um provável aumento da taxa básica de juros, Selic, que deve terminar o ano em 7% também pode dar um empurrãozinho extra na companhia.

Dessa forma, a Ativa Investimentos reafirmou a compra, porém diminuiu o preço-alvo de R$ 54,80 para R$ 46,20, um potencial de alta de 56%.

“Apesar da SulAmérica ser muito dependente de seu resultado financeiro, o que comprometeu o desempenho da empresa ao longo de 2020, vemos um valuation atrativo em meio a um novo ciclo de alta nos juros, o que deve beneficiar a companhia nos próximos anos e justifica nossa posição”, completa.

Errata: o desconto entre o preço sobre o lucro é de 65% e não 183% como informado anteriormente.

Fonte: MoneyTimes