Janeiro Branco debate saúde mental


Você conhece ou já ouviu falar no "Janeiro Branco"? A campanha, que acontece desde 2014, tem o objetivo de debater e reforçar a importância da prevenção e dos cuidados com a saúde mental e emocional.

O mês de janeiro não foi escolhido à toa. É uma estratégia para estimular as pessoas a iniciarem o ano de forma mais tranquila e saudável, deixando de lado as frustrações do ano anterior, que podem acarretar preocupações e ansiedade excessiva nos próximos 12 meses.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, a depressão é um transtorno mental frequente. Em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno, porém, as mulheres são mais afetadas do que os homens.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para os fatores que podem colocar em risco a saúde mental das pessoas. Entre eles estão as rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, violência e violação dos direitos humanos, crises socioeconômicas, desemprego e, atualmente, a pandemia e suas inúmeras consequências.

A pandemia de Covid-19, inclusive, é a responsável por aumentar a incidência de transtornos depressivos e ansiedade a nível mundial em 28%. De acordo com a pesquisa, que foi desenvolvida na Austrália com base em dados de 204 países, mais de 35 milhões de casos adicionais foram diagnosticados em mulheres, contra 18 milhões em homens. A pesquisa foi divulgada no ano passado na revista científica The Lancet e mostrou que os países com altas taxas de infecção por Covid e que tiveram redução na circulação de pessoas, consequência do isolamento social, são os países que mais registram aumento nos casos de depressão e ansiedade.

Desemprego

É me autoconhecer, estar com quem eu quero, gosto, realizar coisas que me deixam feliz e bem. Em um momento de estresse quem me faz bem?? Ana Beatriz Sahium psicóloga.

O auxiliar de Coordenação Escolar, George Michael Reubler Vaz, de 31 anos, conta que as crises de ansiedade foram desencadeadas pelo desemprego, já que durante a pandemia ele foi demitido por duas vezes.

Quando perdeu os empregos, a aflição veio. Houve queda de cabelo, ansiedade em relação à comida e aumento na frequência cardíaca. George relata que está com o emocional abalado. "Muitas vezes tenho problemas para dormir e quando durmo acordo cansado, como se o ar acabasse. Percebi muitas vezes as alterações em que fico bem, outras vezes choroso, nervoso, agitado", explica. Para o professor, a preocupação é ainda maior pelo fato de ter esposa e dois filhos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 2º trimestre de 2021, o desemprego atingia 14,4 milhões de brasileiros. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em pesquisa realizada em 2020 entre seus associados, apontou que 67,8% deles receberam pacientes durante a pandemia que nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos anteriormente.

Porém, a psicóloga Ana Beatriz Sahium destaca que saúde mental não é apenas fazer terapia. "É me autoconhecer, estar com quem eu quero, gostar, realizar coisas que me deixam feliz e bem. Em um momento de estresse quem me faz bem?", questiona.

Para ela, cuidar da saúde mental é fazer com que o indivíduo se reconecte com o que é e com o que gosta de fazer. "Se isso não faz sentido, é preciso consultar um psicólogo para que ele mostre o que está acontecendo na vida do paciente".

O reconhecimento da relevância da saúde da mente para a existência da humanidade é evidenciado pela sua inclusão como parte da agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A agenda promovida pela Organização das Nações Unidas em 2015 traz, em seu objetivo 3.4, os compromissos de reduzir a mortalidade por doenças não transmissíveis através da prevenção e do tratamento, além de promover a saúde mental e o bem-estar. Em 2018, foi lançado o Movimento de Saúde Mental Global, no qual as ações têm contribuído para qualificar a dimensão da negligência global dos efeitos sociais dos transtornos mentais.

Faça o teste

Estima-se que metade dos pacientes que sofrem de ansiedade irão desenvolver quadros depressivos, e que pelo menos 2% das pessoas que sofrem de depressão vão desenvolver, em algum momento, ansiedade. Isso se deve ao fato de que a ansiedade costuma preceder a depressão. Na internet é possível localizar diversos sites que oferecem testes rápidos para se medir os níveis de depressão, ansiedade e stress. O Jornal Metas escolheu um.

Acesse ou digite o link abaixo em seu celular ou computador.

https://www.vittude.com/blog/test/teste-depressao-ansiedade-stress-dass21/

Importante: O resultado não deve ser usado sozinho. Pontuações mais altas vão revelar que você precisa da ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.


Fonte: Jornal Metas