Entenda como funciona a previdência privada para pessoa jurídica

Uma das principais preocupações de quem tem o próprio negócio ou trabalha como profissional autônomo é a aposentadoria. Por isso, cada vez mais pessoas recorrem à previdência privada para pessoa jurídica a fim de garantir uma renda após se aposentar. Essa opção é especialmente benéfica para quem tem um rendimento mensal acima de R$ 7.087,22, que é o teto da previdência estipulado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e deseja usufruir de benefícios como isenção do imposto de renda ou redução na tributação do saque, por exemplo.

Entretanto, ainda existem diversas dúvidas com relação ao tema, o que faz com que muitos profissionais desistam de investir na previdência privada como renda complementar. Para ajudar a responder essas perguntas, a Porto Seguro preparou um artigo completo com tudo que você precisa saber sobre o assunto, além de dicas essenciais para escolher a melhor modalidade de plano para o seu perfil.

Neste artigo, você vai encontrar:

  • O que é e como funciona a previdência privada?
  • Por que investir na previdência privada?
  • Preciso de previdência privada mesmo pagando INSS?
  • Quais são as modalidades de previdência privada?
  • Quando começar a investir?
  • Como criar uma reserva financeira?

O que é e como funciona a previdência privada?

A previdência privada, também conhecida como previdência complementar, é um tipo de investimento voltado para profissionais que buscam rentabilidade a longo prazo. Seu principal objetivo é ser um complemento à previdência social garantida pelo INSS. Por isso, ela acaba servindo como um plano de aposentadoria alternativo para muitos empreendedores e profissionais autônomos.

Para manter o rendimento da previdência privada, é preciso investir periodicamente. Esse valor é usado pelo gestor do plano de previdência, que o utiliza em aplicações de baixo custo, como os títulos de renda fixa. Só é possível resgatar o montante, assim como os rendimentos, após o prazo pré-estabelecido no momento de abertura da conta, que costuma ser bastante longo.

Esse é outro motivo pelo qual muitas pessoas associam a previdência privada à aposentadoria, já que não é possível ter acesso ao dinheiro por muitos anos, ao contrário das opções que possuem liquidez diária, por exemplo.

Não existe idade mínima ou necessidade de comprovação de renda para abrir uma previdência privada, mas, é importante ressaltar que, mesmo no caso da previdência privada para pessoa jurídica, o plano é associado ao seu CPF, não ao CNPJ da sua empresa.

Você pode fazer a contratação diretamente no banco ou através de seguradoras e corretoras de crédito que oferecem o serviço e são reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Por que investir na previdência privada?

Como falamos no início deste artigo, a principal vantagem da previdência privada é que você pode receber um valor mais alto que o máximo estipulado pelo INSS.

Isso porque é determinado que o rendimento de uma previdência social não pode ser maior que R$ 7.087,22, ou seja, mesmo que você ganhe mais que isso mensalmente, esse é o valor máximo que irá receber ao se aposentar.

Essa é a realidade de muitos empreendedores e profissionais autônomos, que costumam ter um rendimento maior que os profissionais que trabalham em regime de CLT. Por isso, contar apenas com a previdência do INSS não é uma vantagem, na maioria dos casos.

Mas os benefícios da previdência privada vão além do valor do rendimento. Outros motivos para investir na modalidade são:

  • Isenção do Imposto de Renda;
  • Possibilidade de redução da tributação no momento do saque;
  • Não é tributada pelo Imposto de Renda semestralmente, apenas no momento do saque;
  • É um tipo de investimento muito versátil e ideal para quem está começando a investir agora;
  • Os planos de previdência privada não entram em inventários e vão direto para os beneficiários;
  • Permite que o empreendedor ou profissional autônomo se organize financeiramente para o futuro.

Preciso de previdência privada mesmo pagando INSS?

A resposta curta é sim! Mesmo que você faça a sua contribuição mensal do INSS como MEI ou contribuinte individual, é importante ter um complemento de renda, especialmente enquanto empreendedor ou profissional autônomo.

Você pode continuar pagando o INSS para garantir os benefícios que ele oferece, como auxílio doença e salário família, por exemplo, mas ele não precisa ser a sua única opção de previdência.

Caso tenha condições financeiras, é interessante manter os dois tipos de previdência para diversificar a sua carteira de investimentos e garantir mais dinheiro a longo prazo. Isso é essencial para que você consiga manter o seu estilo de vida mesmo depois de deixar de trabalhar.

Quais são as modalidades de previdência privada?

A previdência privada para pessoa jurídica tem duas modalidades distintas: a VGBL e a PGBL. A escolha ideal para cada pessoa vai depender do tipo de declaração do Imposto de Renda. Entenda as diferenças:

VGBL

É a sigla para Vida Gerador de Benefício Livre e é a modalidade mais indicada para quem tem isenção de Imposto de Renda ou preenche o formulário simplificado da Receita Federal. Nesse caso, o Imposto de Renda é cobrado apenas em cima do valor do rendimento e não sobre o valor investido.

PGBL

É o Plano Gerador de Benefício Livre e é indicado para profissionais que fazem a declaração completa à Receita Federal, ou seja, que possuem rendimentos tributáveis. Quem escolhe essa modalidade pode receber um abatimento de até 12% da renda tributável. Entretanto, o cálculo do Imposto de Renda é feito sobre o valor total: investimento + rendimento.

Tributação regressiva ou tributação progressiva?

Além de conhecer as modalidades de previdência privada para pessoa jurídica, é importante entender o melhor regime tributário para o seu perfil: regressivo ou progressivo.

No regime regressivo, a tributação acontece de acordo com o tempo que o dinheiro foi investido. Ou seja, quanto maior o tempo, menor a tributação. Por isso, é o mais indicado para quem busca rendimentos de longo prazo. Confira os exemplos na tabela:




Já o regime progressivo varia de acordo com o imposto de renda e depende do valor resgatado. Nesse caso, quanto mais você acumula, maior é a tributação. É uma opção recomendada para quem vai ter baixa renda tributável no futuro ou pretende recorrer ao saque antecipado, que possui uma tributação fixa de 15%.

É importante ressaltar que é possível migrar do regime progressivo para o regressivo ao longo do período de acúmulo da renda. Entretanto, o contrário não é permitido. Além disso, caso mude do progressivo para o regressivo a contagem é reiniciada e a tributação passa a ser de 35% pelos dois anos seguintes.

Como escolher a melhor modalidade para o meu perfil?

A modalidade ideal de previdência privada vai depender do perfil de cada profissional. Empreendedores e profissionais autônomos costumam ter uma renda que varia mensalmente. Por isso, é preciso ter planejamento e disciplina para manter a contribuição, que deve ser feita todo o mês.

Alguns pontos que devem ser levados em consideração na hora de escolher uma modalidade de previdência privada são:

  • Valor que será investido;
  • Tempo de investimento;
  • Prazo do rendimento;
  • Objetivo da previdência privada;
  • Nível de abertura para correr riscos;
  • Tipo de declaração de Imposto de Renda.

Se possível, busque a ajuda de um especialista para decidir. Ele irá ajudar você a entender o próprio perfil de investidor, além de fazer simulações para que você consiga visualizar sua margem de rendimento para o futuro.

Quando começar a investir?

Em investimentos de longo prazo, como a previdência privada, o tempo é o seu melhor aliado. Ou seja, quanto mais cedo você começar a investir, maior será o rendimento. Por isso, assim que você conseguir se organizar financeiramente e tiver uma renda estável, comece a pesquisar para identificar a melhor opção de previdência privada para você.

Se você ainda não está no momento de investir, uma boa dica é traçar um planejamento financeiro. Assim, é possível identificar gastos desnecessários e aplicar mudanças para garantir uma quantia que possa ser investida mensalmente, por menor que seja.

Aqui tem uma lista com 10 dicas para montar um bom planejamento financeiro. Você também pode conferir o nosso guia para alcançar a organização financeira e levar uma vida mais tranquila.

Fonte: Porto Seguro