As frotas ilícitas russas e o desafio das sanções ocidentais

  • Navios petroleiros russos, apelidados de "frota negra", estão empregando táticas para burlar sanções impostas por países ocidentais, colocando em risco a segurança ambiental e econômica de estados costeiros na Europa e Ásia
  • Uma investigação do Financial Times e Danwatch revelou o uso de seguros da seguradora russa Ingosstrakh, que podem não oferecer cobertura adequada em caso de desastres ecológicos

Riscos de desastres ambientais sem cobertura de seguro

Os seguros oferecidos pela Ingosstrakh, embora permitam a atracação de petroleiros russos em portos internacionais, possuem uma série de exclusões que praticamente invalidam qualquer reivindicação por derramamentos de óleo. Isso deixa os países vulneráveis a enfrentar sozinhos os custos de um potencial desastre ambiental.

A política de "frota negra" e as sanções ocidentais

A "frota negra" refere-se a navios cujos verdadeiros proprietários são ocultados por meio de jurisdições criadas pelo governo russo, facilitando a venda de petróleo acima do limite de preço estabelecido por sanções ocidentais. Estima-se que mais de 90% das exportações de petróleo russo do Báltico estejam ocorrendo acima deste teto.

Desafios legais e responsabilidades governamentais

O especialista em petróleo de Harvard, Craig Kennedy, destaca a ineficácia dos países costeiros em exigir cumprimento das cláusulas do direito marítimo contra seguros inadequados. Em caso de um derramamento de óleo, os governos poderão ser questionados sobre sua falha em proteger suas águas territoriais e a segurança ambiental.

A posição da seguradora russa Ingosstrakh

Antes das sanções contra a Rússia, a Ingosstrakh tinha participação parcial da seguradora italiana Generali, que foi "congelada" após a invasão russa à Ucrânia. Isso sublinha as complexas relações internacionais e o impacto das sanções no mercado global de seguros.

Fonte: CNseg