O crescimento na busca por seguros no Brasil e como a inovação está impulsionando esse mercado
Dados apontam mudança de comportamento dos brasileiros Em 2023, os brasileiros desembolsaram R$ 62,5 bilhões em prêmios para planos de seguro privado, marcando o maior valor real registrado desde o início da série histórica em 2014, ajustado pela inflação. Este dado representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior, conforme relatório da Fenaprevi, baseado em informações divulgadas pela Susep. A distribuição dos prêmios por ramo revela que 48% foram destinados a seguros de vida, seguidos pelos seguros prestamistas, que correspondem a 27% do total de R$62,5 bilhões pagos em prêmios no ano anterior. Esse aumento na procura por seguros de vida é atribuído à mudança de mentalidade após a pandemia da COVID-19, de acordo com especialistas.
Potencial do mercado brasileiro
Embora o presidente da Fenaprevi, Edson Franco, tenha relatado que países com PIB semelhante ao do Brasil, possuem maior adesão da população ao mercado de seguros, o mercado brasileiro demonstra potencial de ainda mais crescimento para o futuro. “Estamos no 41º lugar no ranking da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de 2022 quanto ao volume de prêmios de seguros de vida, considerando 53 nacionalidades” – indicou o executivo. O estudo também indicou que os pagamentos de benefícios aos segurados totalizaram R$15,1 bilhões, um aumento de 5,7% em comparação com 2022. O relatório mensal referente a janeiro de 2024 da Susep, por sua vez, revelou que a arrecadação do setor de seguros supervisionado alcançou R$35,08 bilhões no primeiro mês do ano, registrando um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período de 2023. Esses números evidenciam o dinamismo do mercado de seguros no Brasil, refletindo a crescente demanda por proteção financeira, o que indica a necessidade de robustez das operações das seguradoras.
Parcerias, fusões e inovação impulsionam o mercado
O mercado global de seguros deve permanecer dinâmico em 2024, com cerca de dois terços dos CEOs de seguradoras expressando interesse em fusões e aquisições (M&A), de acordo com o estudo da KPMG. De acordo com Fernando Mattar, sócio-líder da consultoria financeira da KPMG, a convergência e a integração vertical estão se tornando fatores essenciais, impulsionando os negócios no setor. As tendências incluem evolução dos modelos de negócios, busca por crescimento sustentável, consolidação e pressão para alcançar sinergias e valor. “A colaboração e a formação de parcerias estratégicas também foram destacadas como fundamentais para o desenvolvimento do setor”, aponta Joel Garcia, sócio-líder do segmento de Seguros da KPMG no Brasil.
Aumento do reconhecimento da importância da inovação nas seguradoras
Além da estratégia de fusões e aquisições ser benéfica para o crescimento do mercado segurador, a pesquisa ainda pontuou o aumento do reconhecimento da importância da inovação nas seguradoras, que estão enfrentando pressões para reexaminar suas estruturas organizacionais devido às mudanças rápidas no cenário empresarial global. Essa preocupação tem se tornado cada vez mais crescente dentro da indústria de seguros, que ainda possui bases e modelos tradicionais, o que aponta para a necessidade de mudança e inovação operacional para que o setor se mantenha em ascensão.
Práticas inovadoras que podem alavancar o crescimento da indústria
Ao passo que 2024 avança, decisões e prioridades influenciarão a permanência e consistência das empresas no segmento de seguros. Assim, algumas estratégias inovadoras podem auxiliar na expansão do alcance das seguradoras no cenário atual:
- Uso de Tecnologias Emergentes: Incorporar tecnologias como inteligência artificial (IA) e análise de big data para melhorar a avaliação de riscos, personalizar produtos de seguro e automatizar processos de subscrição e sinistros.
- Digitalização e Automação: Investir em tecnologias digitais para simplificar processos e oferecer uma experiência de cliente mais eficiente e conveniente. Isso inclui desde a contratação de apólices até a gestão de sinistros, permitindo que os clientes acessem os serviços de seguro de forma rápida e fácil por meio de plataformas online e aplicativos móveis.
- Personalização de Produtos: Desenvolver produtos de seguro mais flexíveis e personalizados, adaptados às necessidades individuais dos clientes. Isso pode envolver o uso de análise de dados para entender melhor o perfil de risco de cada cliente e oferecer coberturas sob medida para suas circunstâncias específicas.
- Parcerias Estratégicas: Colaborar com empresas de tecnologia, startups, fintechs e outros players de setores diferentes para desenvolver soluções inovadoras e alcançar um público maior.
Prioridade para uso de tecnologias e funcionalidades que projetam o benefício do cliente
Além dessas práticas, a Majesco lista uma série de tendências e prioridades que as seguradoras devem considerar e focar para criar um caminho rumo à mudança escalável e sustentável, as quais, grande parte, concentram-se na utilização de tecnologias e funcionalidades que projetam o benefício do cliente. “Os vencedores serão procurados como parceiros e empregadores devido à sua capacidade de alcançar escalabilidade, agilidade, e seu papel fundamental na alavancagem da tecnologia. Esses líderes estarão preparados para a próxima grande disrupção, saltando à frente da concorrência” – indicou no relatório.
Mercado tem espaço para um crescimento contínuo e exponencial
Conforme os brasileiros estão reconhecendo cada vez mais a importância do seguro para garantir a proteção em face de imprevistos, o mercado tem espaço para um crescimento contínuo e exponencial. Com a adoção de tecnologias inovadoras, parcerias estratégicas e aprimoramento de recursos operacionais, o potencial do mercado brasileiro em seguros é promissor, oferecendo oportunidades tanto para as seguradoras expandirem seus negócios quanto para os consumidores garantirem sua segurança financeira a longo prazo.
Fonte: Insurtalks | CQCS