Oficinas automotivas do Rio Grande do Sul enfrentam o desafio de avaliar danos dos veículos

Diante das recentes enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, as oficinas automotivas da região enfrentam desafios significativos. Em meio aos estragos causados pelas águas, os profissionais do setor estão se mobilizando para atender a demanda gerada pelos veículos afetados. Um dos principais desafios enfrentados pelas oficinas é a avaliação dos danos nos veículos. Rodrigo Cardoso, executivo da Canoas Autos, localizada em Canoas, uma das cidades mais atingidas no estado, explica que as seguradoras estão agindo de forma diferenciada, algumas até indenizando sem a necessidade de vistoria presencial.

“Existe uma distinção entre os sinistros parciais e totais causados por enchentes, pois, em muitos casos, quando a água atinge o painel do carro, a tendência é que seja decretada a perda total”, explica.

Quanto à preparação para a demanda futura, Rodrigo destaca a necessidade de estar pronto para atender não apenas os veículos segurados, mas também aqueles sem seguro. “Também existe a importância da higienização dos carros afetados e da avaliação minuciosa dos danos mecânicos. Até mesmo tentar ligar um veículo inundado em casa pode agravar os danos”, afirma.

Além dos desafios imediatos, as oficinas também enfrentam preocupações quanto à disponibilidade de peças no mercado. “Já havia dificuldades nesse aspecto, e a demanda gerada pelas enchentes pode agravar a situação, levando a uma possível escassez e inflação nos preços das peças”, alerta.

O especialista compartilha também sua experiência e os esforços da sua equipe para lidar com a situação. Ele relata que, apesar da sorte de sua oficina não ter sido afetada diretamente, muitos dos seus colaboradores não tiveram a mesma sorte, com quatro deles perdendo tudo. “Estamos empenhados em ajudar esse pessoal”, enfatiza. A rotina das oficinas desde o retorno ao trabalho após as enchentes tem sido desafiadora. “Trabalhamos com quem podia vir aqui para finalizar os carros”, explica Rodrigo. Ele destaca que, além dos veículos afetados pelas enchentes, há também aqueles que chegam por sinistros normais, cujos reparos estavam represados.

Apesar das adversidades, Rodrigo deixa uma mensagem de resiliência e solidariedade. “A gente tem que ajudar no que é possível e tocar para frente, sempre apoiando aqueles que foram mais afetados e enfrentam perdas significativas”, conclui.
Fonte: JRS Digital