Saúde suplementar: mudanças, desafios, soluções para equilibrar os custos e atender as demandas dos beneficiários
Nos últimos anos, o setor de saúde suplementar no país vem enfrentando uma série de desafios, que exigem a atenção dos gestores, com o propósito de evitar impactos negativos na qualidade dos serviços oferecidos aos beneficiários e na sustentabilidade das operadoras, como o cancelamento dos contratos sem aviso prévio por parte das operadoras, a escala da judicialização, a criação de planos sem internação e as fraudes. O cenário atual é marcado por adversidades que exigem soluções equilibradas, mesmo com a adesão aos planos em franca expansão.
Segundo pesquisa realizada em 2024 pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o número de brasileiros cobertos por planos de saúde cresceu em quase 1 milhão, chegando a um total de 5,2 beneficiários. Os coletivos empresariais tiveram a maior alta, com 2,8%.
Em um ano, o número de vínculos passou de 35,2 milhões, refletindo o aquecimento do mercado de trabalho. O estoque de empregos formais no período teve aumento de 3,8%. Os planos individuais ou familiares somam 8,8 milhões de beneficiários, apresentaram leve queda de 0,7%. E os coletivos por adesão encerraram junho com 5,9 milhões de vínculos com variação negativa de −3,4% em um ano.
Para Flávio Bitter, diretor-gerente da Bradesco Saúde, as operadoras e os corretores possuem a missão de levar os melhores planos e seguros para o consumidor, conforme suas necessidades. “O setor de saúde suplementar tem entre os principais desafios chegar a cada vez mais brasileiros, o que deve ser encarado pelas operadoras e pelos corretores como uma oportunidade. Ter um plano de saúde é, historicamente, um dos três maiores desejos dos brasileiros, atrás somente da conquista da casa própria e da educação”.
As adequações e os ajustes serão implantados no setor em 2025. Dentre as mudanças propostas estão o reajuste de planos coletivos, com o agrupamento de 29 para 1.000 vidas; definição de parâmetros para cláusula de reajuste, dando ao consumidor maior transparência sobre o cálculo. Outra proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é sobre a co-participação e franquia, com sugestão de limites mensais de cobrança; alguns procedimentos que não devem ser elegíveis, como tratamentos de oncologia e doenças crônicas.
A corretora Cecília Bononi, da SMB Corretora de Seguros, localizada em São Paulo, fala sobre os desafios e o quanto é preciso equilibrar os custos para facilitar o acesso aos consumidores. “As dificuldades podem ser um empecilho, como o envelhecimento da população, o aumento dos custos assistenciais, a judicialização, as regras regulatórias, a falta de informação dos usuários, as fraudes. As operadoras estão inovando em gestão de saúde e atenção primária, a tecnologia no setor também terá um grande impacto nas soluções e no auxílio em análises de custos e otimização de recursos”.
A ANS apresentou uma série de propostas para regular a política de preços e reajustes de planos no Brasil, o objetivo é equilibrar custos e facilitar o acesso aos consumidores. A autarquia abriu o debate sobre o aprimoramento das regras relacionadas a quatro temas propostos, em 27/9, pela diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos. São eles: reajuste de planos coletivos; mecanismos financeiros de regulação, como coparticipação e franquia; a venda de planos on-line; e a revisão técnica de preços de planos individuais/familiares.
Ferramenta facilitadora para os corretores de seguros
Na Bradesco Saúde, existem diversas iniciativas para ampliar o acesso aos produtos, como a flexibilização do portfólio, incluindo opções de planos com redes regionais, adaptados às realidades de cada mercado, que auxiliam a torná-los mais acessíveis para a empresa contratante. Flavio Bitter fala sobre o aprimoramento da ferramenta para cotação para o seguro saúde, voltado para pequenas e médias empresas. Bitter informa com detalhes sobre a melhoria.
“Para auxiliar o corretor a levar a melhor solução a cada empresa contratante, aprimoramos no ano passado a nossa ferramenta de cotação dos produtos, voltados a pequenas e médias empresas. Criamos no nosso Portal de Negócios um recomendador de planos, que apresenta às corretoras opções de planos e qual a mais indicada conforme o perfil do cliente, a partir das informações passadas na cotação”, concluiu.
Fonte: CQCS