Argentina exigirá seguro-viagem para brasileiros no país

Uma proposta de endurecimento nas leis anti-imigração na Argentina deve mudar a vida dos turistas que vão ao país.

Em um comunicado publicado no mês passado, o gabinete do presidente Javier Milei anunciou que o seguro viagem passará a ser obrigatório para entrar no território argentino.

Como o decreto ainda não foi publicado no Diário Oficial, a obrigatoriedade ainda não está vigente. Existe a previsão de que a oficialização ocorra nos próximos dias.

Segundo o porta-voz do presidente, Manuel Adorni, a medida visa “garantir a sustentabilidade do sistema de saúde pública”, alegando que, somente em 2024, o atendimento médico a estrangeiros custou 114 bilhões de pesos — cerca de US$ 100 milhões.

Tire suas dúvidas sobre o seguro-saúde

Para esclarecer os impactos práticos das novas exigências, o advogado Daniel Blanck, especialista em Direito Civil, respondeu às principais dúvidas sobre a contratação e apresentação de seguros de saúde internacionais.

Como contratar um seguro-saúde para viagens?

A contratação pode ser feita 100% online. O viajante informa dados como destino, datas da viagem, idade e e-mail. O sistema gera uma lista de apólices com diferentes coberturas. Após escolher o plano, o pagamento é feito via cartão ou Pix, e o certificado é enviado por e-mail.

No que prestar atenção ao escolher o seguro?

É essencial verificar se há cobertura médica e hospitalar para todo o período da estadia. Também é importante observar se inclui repatriação sanitária, cobertura para covid-19, e se o atendimento é 24h, preferencialmente em português.

Seguro-viagem e seguro-saúde são a mesma coisa?

Não, mas para a entrada na Argentina, ambos são considerados equivalentes, desde que incluam cobertura expressa para atendimento médico e hospitalar. O termo técnico pode variar, mas o que importa é a comprovação de que o seguro cobre eventuais custos de saúde.

O que apresentar na imigração?

O certificado do seguro, impresso ou digital, contendo: nome do segurado, número da apólice, período de validade, valor da cobertura e serviços incluídos. O ideal é que o documento esteja em espanhol ou inglês e mencione cobertura hospitalar e ambulatorial.

Quais coberturas são mais importantes?

Cobertura mínima recomendada é de US$ 30 mil para despesas médicas e hospitalares. Além disso, é importante incluir repatriação, emergências odontológicas, cobertura para Covid-19 e suporte em português ou espanhol.

Seguro de cartão de crédito é suficiente?

Nem sempre. Esses seguros precisam ser ativados e podem não atender aos requisitos exigidos. O risco é ser barrado na imigração. Já os seguros contratados diretamente costumam ser mais claros e adequados às exigências legais.

Onde contratar com segurança?

Sites como SegurosPromo e Real Seguro Viagem são confiáveis e comparam várias seguradoras. Daniel Blanck também recomenda empresas como Assist Card, Allianz Travel e Coris. Todas entregam certificados rapidamente, o que é essencial neste momento.

Como usar o seguro em caso de emergência?

O primeiro passo é ligar para a central 24h da seguradora, cujo número está no certificado. Ela indicará o hospital ou clínica adequada. Em emergências extremas, o atendimento pode ser feito diretamente, mas sempre guarde todos os comprovantes para solicitar reembolso.

Com as novas exigências prestes a entrar em vigor, turistas e residentes temporários devem se preparar com antecedência. “É uma mudança relevante e quem não apresentar o seguro adequado pode ser impedido de entrar no país”, finaliza Blanck.


Fonte: Gaúcha ZH por radioaltouruguai.com.br