Tempestade destruiu seu carro ou queimou eletrodomésticos? Veja qual seguro cobre
Chuvas fortes e rajadas de vento atingiram o estado de São Paulo no início desta semana, deixando cerca de 227 mil clientes da Enel sem energia elétrica na capital e região metropolitana, segundo atualização da manhã desta terça-feira (23).
A Defesa Civil informou que pelo menos 24 pessoas ficaram feridas, oito desabrigadas e 33 desalojadas em decorrência das tempestades, que chegaram acompanhadas de ventos fortes e alagamentos. Nenhuma morte foi registrada.
Com a chegada da primavera no hemisfério sul neste último domingo (21), o Brasil enfrenta um período caracterizado por altas temperaturas e chuvas intensas. O Inmet alerta que volumes de precipitação podem ultrapassar 400 milímetros em algumas regiões, aumentando o risco de alagamentos, queda de granizo e ventos fortes.
Eventos climáticos desse tipo, cada vez mais frequentes, reforçam a necessidade de entender as consequências financeiras dos desastres naturais e saber se o seguro vai cobrir os danos causados.
Além disso, verificar com atenção as condições da apólice (contrato de seguro) contratada ajuda a evitar surpresas e prejuízos maiores diante das tempestades que ameaçam ocorrer.
Segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados), autarquia federal que regula e fiscaliza o mercado segurador no país, os principais seguros que costumam cobrir danos causados por enchentes, dependendo da cobertura contratada, são:
- automóvel,
- residencial,
- habitacional,
- rural,
- transportes.
O InfoMoney listou as principais informações sobre cada modalidade para você se prevenir diante de imprevistos. Confira a seguir.
Seguro de automóvel
Enchentes têm se tornado cada vez mais comuns nas cidades brasileiras. Entre 2000 e 2024, os desastres naturais envolvendo água, como chuvas intensas, enxurradas, alagamentos e inundações, causaram prejuízos que ultrapassaram R$ 600 bilhões no país, segundo dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, além de graves perdas humanas.
Apenas entre 2022 a 2024, os valores indenizados por alagamentos, inundações e danos por água chegaram a R$ 84 milhões, o que representa apenas 0,28% dos prejuízos materiais causados por eventos hidrológicos, estimados em R$ 30 bilhões nesse período.
Com esses desastres, muitas ruas ficam rapidamente submersas, deixando motoristas apreensivos sobre a possibilidade de ter seus veículos danificados e se perguntando se o seguro cobre esses prejuízos.
Em caso de enchente, especialistas afirmam que o primeiro passo é se proteger, buscando um local alto e seguro para evitar riscos à integridade física.
Após garantir a própria segurança, é importante entender como funciona a cobertura do seguro para proteger seu veículo contra os danos causados pela enchente.
O seguro compreensivo, também chamado de "seguro total", cobre danos causados por colisão, incêndio, roubo, furto, além de eventos naturais como alagamentos provocados por água doce, incluindo subsolos, quedas de granizo e danos causados por árvores.
Em situações de alagamento, é comum que o veículo sofra perda total devido à extensão dos danos. Quando o segurado conta com essa cobertura integral, ele tem direito a receber o valor completo do veículo, conforme a Tabela Fipe e as cláusulas previstas na apólice. Contudo, é importante destacar que danos causados por água do mar ou em regiões costeiras normalmente não estão incluídos na cobertura. Para evitar a perda da cobertura em caso de alagamento e enchentes, é importante seguir alguns cuidados, como:
- manter-se informado sobre as condições climáticas;
- evitar dirigir em áreas propensas a alagamentos durante tempestades severas;
- não trafegar por áreas alagadas, devendo sempre desviar desse tipo de região ou recuar, principalmente, quando não puder determinar a profundidade da água;
- não forçar o veículo a atravessar a área alagada, pois isso pode resultar em danos significativos e colocar a segurança em risco;
- estar ciente das coberturas de seu seguro;
- tomar medidas preventivas, como estacionar em áreas elevadas durante as tempestades.
Seguro residencial
No Brasil, apenas 20% das residências possuem seguro residencial, e entre elas, menos de 0,14% incluem cobertura contra alagamentos e enchentes, que são opcionais e não obrigatórias.
O seguro residencial também pode ajudar a recompor perdas causadas por pancadas de energia e danos provocados por tempestades, especialmente em equipamentos elétricos importantes para o dia a dia.
A cobertura básica, obrigatória para todo seguro residencial, inclui riscos como incêndio, queda de raio e explosão.
Além disso, é exigido que o segurado opte por pelo menos uma cobertura adicional, como as listadas abaixo. No entanto, em muitos casos, a cobertura para alagamento e inundação não é escolhida por diversos motivos, o que resulta em sua baixa adoção. Coberturas adicionais oferecidas no mercado brasileiro, segundo a Susep:
- Alagamento/inundação
- Danos elétricos
- Danos por água
- Derramamento d'água/vazamento sprinklers
- Desmoronamento
- Tacos de golfe
- Perda pagamento de aluguel
- Quebra de vidros
- Roubo de bens, entre outros.
Seguro habitacional
Quem possui imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) conta obrigatoriamente com seguro habitacional. Ele cobre, entre outras situações, danos físicos ao imóvel vindos de desmoronamento, ameaça de desabamento, vendavais, destelhamento e inundações decorrentes de chuvas.
É um instrumento fundamental para proteger o patrimônio em caso de sinistros naturais, além de garantir a quitação do saldo devedor junto ao banco em situações graves.
Seguro de transportes
Este tipo de seguro oferece cobertura para danos ocorridos durante o transporte de bens, seja por vias terrestres, aquaviárias ou aéreas.
Em geral, cobre prejuízos causados por fenômenos da natureza durante o trajeto, incluindo tempestades e inundações, garantindo segurança para quem comercializa mercadorias ou faz mudanças.
Seguro rural
O seguro rural contempla diversas coberturas que protegem o produtor agrícola e pecuário, seu patrimônio e produtos. É comum a inclusão de riscos como chuva excessiva, alagamentos, trombas d'água, ventos fortes e outros eventos naturais.
É fundamental conferir as cláusulas para saber se as coberturas desejadas estão contempladas, já que as apólices podem ser do tipo all risks, que cobre tudo que não estiver excluído explicitamente.
Tem alguma dúvida sobre o tema? Envie para leitor.seguros@infomoney.com.br que buscamos um especialista para responder para você!
Fonte: InfoMoney