Mercado brasileiro de seguros fatura R$ 67 bilhões em 2008

Depois de registrar queda no volume de prêmios de junho a novembro, o mercado segurador brasileiro conseguiu se recuperar em dezembro e fechou 2008 com faturamento recorde de R$ 67,258 bilhões - excluídos os títulos de capitalização e as apólices do ramo de saúde. Os números são da Superintendência de Seguros Privados ( Susep). O montante corresponde a crescimento de 15,1% em relação aos R$ 58,443 bilhões apontados no ano anterior, mantendo o ritmo de expansão de dois dígitos verificado nos últimos cinco anos. Os sinistros não acompanharam esse desempenho no mesmo passo, mas registraram elevação de 10,62% em comparação com 2007, com custo total de R$ 19,336 bilhões para as seguradoras. Para 2009, é esperado crescimento entre 7% e 10%. Somente em dezembro, as vendas de seguros gerais e do Plano Gerador de Benefício Livre (VGBL) superaram em mais de R$ 1 bilhão o desempenho de novembro, com crescimento de quase 25% - R$ 6,586 bilhões ante R$ 5,300 bilhões. A isenção de impostos para a compra de veículos foi um dos fatores que ajudaram a vender mais apólices de carro no último mês de 2008. No acumulado do ano, esse segmento movimentou quase um terço de todo o mercado, R$ 20,021 bilhões, 15,46% a mais que os R$ 17,340 bilhões do exercício anterior. As companhias foram obrigadas a arcar com R$ 9,978 bilhões em sinistros, ante R$ 9,030 bilhões em 2007. O VGBL também registrou expansão na casa de 15%, com faturamento de R$ 23,300 bilhões no período. A Brasilprev, seguradora do Banco do Brasil que comercializa planos de previdência privada, encerrou o ano como a primeira do mercado em captação líquida: R$ 3,6 bilhões. O presidente da companhia, Tarcísio Godoy, traçou metas agressivas para este ano. "Em 2009, o mercado de previdência privada continuará crescendo a taxas de dois dígitos. Continuaremos investindo na excelência e inovação dos produtos e serviços para manter o ritmo", comentou. No mesmo intervalo de comparação, os seguros de vida, corporativo e individual, acumularam R$ 7,080 bilhões, ante R$ 6,355 bilhões. Principais desempenhos Os ramos que mais cresceram foram seguro para riscos de petróleo (45,5%), garantia de projetos (42,9%), seguro para riscos de engenharia (27,2%), seguro de crédito à exportação (23,4%) e para transporte internacional. Boa parte dos R$ 204,2 milhões em prêmios angariados no setor petrolífero em 2008 ficou nas mãos da Allianz, que garante riscos de até R$ 7 bilhões em dezenas de apólices fechadas com a Petrobras. As obras de infraestrutura e concessões de rodovias públicas incrementaram o caixa da seguradora paranaense JMalucelli, especializada em seguro garantia para obras públicas e leilões de rodovias. O temor de calote no comércio internacional, que se agravou por causa da falta de liquidez no sistema financeiro, fez aumentar a procura pelo seguro de crédito à exportação, cujo faturamento em 2008 ficou em R$ 37,6 milhões. O cenário instável também contribuiu para a explosão dos sinistros no segmento - a alta foi de 144% no período. Líder mundial em seguro de crédito à exportação, a francesa Coface foi obrigada a aceitar riscos menores e compartilhar boa parte deles com os próprios segurados, como explica o diretor comercial da companhia, Daniel Nobre. "Não é uma decisão punitiva. A situação nos força a compartilhar os riscos. Para novos clientes, com carteira e histórico que não conhecemos, a média de aceitação do risco pode ficar abaixo de 50%." Fonte: Gazeta Mercantil